Admiro as festas cívicas de outros países no dia da sua Independência. Exemplifico com o 14 Julliet – na França – e o 4thJuly – nos Estados Unidos. Por aqui, algo parecido nos tempos dos desfiles estudantis. Contudo, com o passar das décadas, nossos “sete de setembro” se restringiram a desfiles militares nas capitais.
Pois neste ano confirmou-se a expectativa. Milhões de brasileiros vestiram verde e amarelo em casa e, outro tanto, foi às ruas, com faixas e cartazes, festejando a data. Mesmo que segmentos sectários da mídia tentassem tirar o brilho das manifestações, classificando-as de “antidemocráticas”, uma definição ridícula e hilária, como se a grande massa popular nas ruas, verdadeira expressão da democracia, denotasse algo totalitário, ditatorial.
Foram porque viram no grito de “Independência ou Morte” de D. Pedro I, ao livrar-nos do jugo de Portugal, uma analogia – e por isto a escolha da data – na nova libertação que o Brasil precisa: do avanço preocupante do totalitarismo (sob a batuta de um STF faccioso, de uma parcela da mídia tendenciosa e inverossímil, e de um Congresso Nacional com minoria dos parlamentares comprometidos com a Nação, predominando os apenas alinhados com interesses particulares).
As multidões festejavam porque lhes aparecera um líder, um comandante, que, por sua postura firme e decidida, levaria a Nação a romper o silêncio sobre as exceções frequentes no cumprimento da Constituição, sobre a desconfiança no processo eleitoral, e outras atitudes, com as quais, claramente, visavam retornar ao poder a esquerda perigosa. Não a esquerda raiz, da ideologia de inclusão social que contribui com o desenvolvimento e bem-estar nacionais.
Pois Bolsonaro, nos seus discursos de Brasília e de São Paulo, correspondeu. Indignado, denunciou o que tinha que ser denunciado, mostrou saber o caminho a ser trilhado e confirmou ser o grande líder, necessário para um momento destes. Momento histórico, de apoio popular. O Presidente personificara D. Pedro I, trazendo-nos um novo “Grito de Independência”. Já não de “ou morte” porque a Constituição lhe dava mecanismos legais para libertar-nos dos jugos, gradativamente, a nós impostos.
Veio o “the day after”, quando tudo deveria ser implementado. E nada aconteceu. Veio o segundo dia, dia 9, quando, aos poucos, aconteceu o impensado.
O Presidente desautorizou o movimento dos caminhoneiros (há dias parados, aríetes fiéis) e, à tarde, capitulou da pior forma. Encolhido, deixou o protagonismo para Temer, matreiro, amigo da JBS, opositor sucessor de Dilma e que conseguiu, quando Presidente, que a Câmara impedisse que fosse investigado pelo STF. E que nomeara o Ministro autor das decisões vistas como indevidas por Bolsonaro e brasileiros. E, por pior, na Nota distribuída, o Presidente deixou implícito pedido de desculpas àquele Ministro, cujas decisões afrontara.
Sua infantaria e cavalaria ganharam a guerra dia sete e avalizaram a construção do novo Brasil. Mas o Comandante, inexplicavelmente reuniu-se com o lado vencido e capitulou, numa contenda já ganha. Negociou o quê? Liberou o caminho para a esquerda chinesa/venezuelana em 2022?
No final de tudo, “a montanha pariu apenas um rato”, expressão utilizada para expressar que, após muita expectativa e ameaça, ocorre apenas algo insignificante.
Ah, mas a bolsa subiu, o dólar caiu, o mercado estabilizou, dirão muitos. Ora, não se baseiem em indicadores tão voláteis que têm um sobe e desce frenético. Cuidem. Tal qual em Cuba, Venezuela, Coreia do Norte e outros – talvez um dia nem existam mais.
Recuo estratégico? Penso que não. Mais pareceu alguém despreparado para a missão. Para mim, tornou-se um ex Mito.