Vale ganha destaque na Expointer

CONFIANÇA NO AGRO

Vale ganha destaque na Expointer

Feira evidencia as iniciativas locais, premia talentos e destaca a força do agronegócio. Empreendimentos da região mostram protagonismo no Parque Assis Brasil

Vale ganha destaque na Expointer
Expointer recebeu mais de 18 mil visitantes no primeiro final de semana. A agricultura familiar movimentou R$ 201,9 mil / Crédito: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Vale do Taquari

O potencial da agricultura familiar, as tecnologias em máquinas e implementos agrícolas, a qualidade de plantéis e a força do cooperativismo do Vale do Taquari estão em evidência na 44ª Expointer. A feira, considerada vitrine para o agronegócio, também reconhece as melhores iniciativas locais.

A representação é por meio de empresas, cooperativas, produtores rurais e criadores de animais de raça. No primeiro final de semana, a região foi destaque na classificatória do Freio de Ouro. A cabanha Três Trotes, de Teutônia, garantiu vaga na final do prêmio, uma seleção de cavalos da raça crioula.

Em relação à premiação já consolidada, a Dália recebe nesta terça-feira, 7, o prêmio “Esteio do Agro” na categoria responsabilidade social. O reconhecimento é concedido pela prefeitura de Esteio e do Grupo Sinos. Na quinta-feira, 9, a agroindústria Estrelat e a cooperativa Sicredi Ouro Branco recebem os troféus do 9º Prêmio Vencedores do Agronegócio, da Federasul.

O retorno de público na Expointer também proporciona maiores perspectivas de negócios. A Languiru, por exemplo, conta com dois espaços para divulgar o agrocenter (segmento de máquinas) e linha de nutrição animal.

Nos dois primeiros dias de feira, mais de 18 mil visitantes circularam no parque Assis Brasil. As vendas no pavilhão da agricultura familiar alcançaram R$ 201,9 mil. A Expointer segue até o dia 12 de setembro, com venda de ingressos somente pela internet.


Público de edições anteriores

2019 – 416.416
2018 – 370.581
2017 – 411.914


FINALISTA DO FREIO DE OURO

A Classificatória Aberta do Freio de Ouro rendeu destaque ao Vale. O cavalo Justiceiro do Mano a Mano, da cabanha Três Trotes, de Teutônia, ficou em primeiro lugar e está na final do concurso. Ele também representa o condomínio formado por Trigo Limpo, Águia da Estrela e Marca Onze. A criação é da cabanha Carpe Diem, de Paulo e Thiago Reali, de Fazenda Vilanova.

Justiceiro é finalista pela quarta vez e somou 20,376 pontos nas provas do final de semana. “É um cavalo completo, estava há dois anos sem concorrer”, comenta o proprietário da cabanha Três Trotes, Deni Joel Sulzbach. Ele teve o melhor desempenho entre os 41 cavalos que competiram.

A qualidade e experiência do animal é atestada pelo ginete Cláudio dos Santos Fagundes. Além do Freio de Ouro, Justiceiro já esteve na final do prêmio da Federação Internacional de Criadores de Cavalo Crioulo (FICCC) e da morfologia na Expointer 2014. “Ele está completando dez anos e já é multicampeão em exposições de morfologia da raça. Nossa expectativa para subir no pódio é grande, pois o ginete e cavalo estão em sintonia”, afirma Sulzbach.

Este ano, a final do Freio de Ouro será em evento único entre 29 de setembro e 3 de outubro. O atraso nas classificatórias ocorre devido ao cenário de pandemia. Em edições anteriores, a final conciliava com a programação da Expointer.


CONCURSO DAS AGROINDÚSTRIAS

A região tem 21 agroindústrias na 44ª Expointer. Entre elas, a Cachaça Wille, de Poço das Antas, que é também uma das participantes do 9º Concurso de Produtos da Agroindústria Familiar, promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr/RS) em parceria com a Emater/RS-Ascar e outras instituições.

O empreendimento surgiu em 2015, uma iniciativa dos primos Vilson Schneider e Tiago Flach. Eles produzem cachaças envelhecidas em barris de Carvalho, Cabriúva, Umburana e Grápia, além da tradicional Cachaça Prata.

“Em 2019 ganhamos esse concurso com a cachaça Carvalho Premium. Foi uma surpresa, não esperávamos. Era nossa primeira participação. Ficamos muito orgulhosos, porque começamos do zero. Somos os primeiros da família a produzir cachaças. Agora estamos participando com as linhas premium, extra premium e a prata”, fala Schneider, que é mestre alambiqueiro. Ele conta que o nome Wille é uma homenagem ao avô, que se chamava Pedro Guilherme.

“Guilherme em alemão é Wilhelm. Mas o apelido era Wille. Ele plantava cana-de-açúcar e mandava para alguém destilar. Depois ele fazia o processo de envelhecimento para consumo próprio”, explica Schneider.
Conforme Schneider, a agroindústria possui uma área de 2.500 metros quadrados, e o espaço de plantio de cana-de-açúcar é de 20 hectares. “Fazemos todo o processo, desde o plantio da matéria-prima até a venda final.”


MELIPONICULTURA EM EVIDÊNCIA

A Associação de Meliponicultores do Vale do Alto Taquari (Amevat), constituída em 2014, é pioneira no assunto e inspira novas entidades no RS. Pela segunda vez com espaço na Expointer, a associação promove debates sobre a preservação das espécies, legislação e divulgação da atividade.

De acordo com o presidente da Amevat, Nelson Angnes, o trabalho da entidade é conscientizar as pessoas sobre a importância das abelhas para a vida. “A cada participação em seminários, feiras e exposições, a associação mostra como é fundamental a existência das abelhas, em especial as sem ferrão,” destaca.

A entidade tem em torno de 500 associados no Vale do Taquari e cidades do entorno. No fim de semana promoveu o lançamento do livro “Meliponicultura Básica para Iniciantes”, escrito por Genna Sousa, doutora em Ciências Agrárias, pesquisadora e coordenadora do setor de meliponicultura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

“Muitas pessoas têm se envolvido com as questões de conservação e preservação ambiental e as abelhas são fundamentais para isso, assim como para a polinização agrícola que já envolve a parte de produção”, comenta a especialista.


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