O feriado de 7 de setembro tem um sentido diferente neste ano. Mais do que o Dia da Independência, também pode influenciar nos rumos das relações do governo federal com o parlamento e com o Judiciário.
Também trata-se de uma sinalização de como será a disputa sucessória para o Planalto em 2022. Enquanto nas capitais e grandes cidades do país o cenário é de tensão, com temor de confronto entre grupos alinhados ao pensamento do presidente Jair Bolsonaro e com opositores, no Vale do Taquari, em especial Lajeado, a perspectiva é de manifestação dentro da normalidade.
O único ato programado para o dia é promovido pelo Movimento União de Direita (MUD). A carreata parte da Av. Avelino Talini, nas proximidades do campus da Univates, às 14h. Em seguida partem pelas principais ruas da cidade e encerram a manifestação na rua Santos Filho. Conforme a organização, os participantes confirmados vêm de nove cidades.
O ato tem dois pontos como principais reivindicações: a intervenção federal e o voto impresso auditável. No caso da intervenção federal, Irno Gisch, integrante do MUD, explica ser quando um dos poderes restringe a autonomia do presidente. “Para que haja harmonia plena dentro da constituição entre os três poderes. Quando um deles invade a autonomia do outro, ele fere gravemente a Constituição. E isso não será mais permitido”, defende.
Fiscalização
O Departamento de Trânsito e a Brigada Militar serão responsáveis pela fiscalização dos atos. Os agentes ficarão posicionados em locais estratégicos das vias para orientar o trânsito. Dependendo do número de manifestantes, a carreata deve durar entre uma ou duas horas.
Levando em conta outros momentos em que ocorrem manifestações de posições contrárias, em que não foram registradas ocorrências graves, relembra o diretor de Trânsito, Vinícius Renner. “Esperamos que tudo seja tranquilo, como foi em outras ocasiões.”
Sem manifestação da esquerda
Os grupos contrários ao presidente Jair Bolsonaro, optaram por não promover manifestações em Lajeado neste 7 de setembro. A justificativa é que o Parque dos Dick também é o local usado para os encontros. Como estará ocupado, os representantes optaram por evitar algum mal-estar.
Porém, o movimento promove manifestações em outras regiões do estado, como em Porto Alegre. O “Grito dos Excluídos” é um ato que ocorre todos os anos. Neste ano, o tema será “Vida em Primeiro lugar: na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”.
O grupo prepara para outubro, ainda sem data definida, uma manifestação em nível nacional. Ato ocorre um ano antes das eleições presidenciais de 2022. Para o grupo, a principal motivação dos militantes é tirar Bolsonaro do cargo por meio das urnas e de maneira democrática.