“As Paralimpíadas merecem esta visibilidade”

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“As Paralimpíadas merecem esta visibilidade”

Vitória Haetinger, 20, é estudante de licenciatura em Letras Português/Inglês na Unisinos. Moradora de Taquari, ela faz parte do grupo de pesquisa da universidade que criou um Dicionário Paralímpico. O projeto apresenta todas as modalidades disputadas nos Jogos de Tóquio

“As Paralimpíadas merecem esta visibilidade”
Crédito: Arquivo Pessoal
Taquari

Como funciona este dicionário paralímpico?
O diferencial desse dicionário é apresentar as palavras em seu contexto, com exemplos e com a forma como ela é tratada em determinado esporte. Não é como os dicionários com os que estamos habituados, com palavras isoladas. Quem acessa, consegue analisar os itens de forma contextualizada e com diversos recursos, como os mapas conceituais, as listas de cenários e palavras, curiosidades, entre outros.

E como surgiu a ideia de elaborar esse material?
O Dicionário Paralímpico é o terceiro dicionário do grupo. Nós já temos o Field, de 2014, sobre futebol, e o Dicionário Olímpico, de 2016, sobre as Olimpíadas do Rio 2016. As Paralimpíadas têm muitas particularidades que chamam atenção para nós que trabalhamos com léxico esportivo. São novas expressões e algumas especificidades como acessibilidade digital e linguagem inclusiva. Como mencionei, o Brasil é destaque nas Paralimpíadas, então foi mais “por que não fazer sobre elas também?”. O projeto chegou até mim pela professora Rove Chishman, ela coordena o projeto. Quando ela mencionou que era sobre isso que o grupo estava trabalhando, não pensei duas vezes antes de aceitar o desafio.

Por que o tema te despertou esse interesse?
Eu, desde sempre, me interessei pela questão da acessibilidade e visibilidade das pessoas com deficiência. Quando era mais nova, comecei a me mobilizar porque minha melhor amiga era surda e ver a falta de atenção que a sociedade tinha com ela me indignava. Quando soube que o grupo estava trabalhando em algo relacionado às Paralimpíadas, me senti interessada na hora. O Brasil é um gigante nos Jogos Paralímpicos e pensar que eu poderia fazer parte de um projeto que traria holofotes e possibilitaria que não só os outros, mas eu também de aprender mais sobre o assunto foi o suficiente. Além do mais, sou professora, então quando pensei em elaborar esse projeto e em como ele poderia ser aplicado em sala de aula e como meus alunos se sentiriam com isso, foi inevitável querer me envolver.

Qual tu consideras ser a importância deste teu trabalho, de trazer para o público mais informação sobre as modalidades paralímpicas?
É muito difícil encontrar um material completo assim sobre as modalidades paralímpicas. Até mesmo nós, ao fazer a coleta de material, tivemos dificuldade. Eu acho que um dos pontos importantes é que ele facilita o acesso ao conhecimento. O dicionário explica muito bem e tem todas informações necessárias de um jeito fácil de entender. Quem o acessa, consegue entender melhor sobre o assunto e começa a ver os Jogos com outros olhos. As Paralimpíadas e os atletas paralímpicos merecem essa visibilidade. Acho que estimula muita gente a acompanhar mais e até mesmo incentiva PCDs a entrarem nesse mundo esportivo. Também vejo que mais atenção resulta em mais investimento e patrocínio, o que, nesse mundo, é indispensável.

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