O segundo acidente com morte em menos de dois meses na BR-386, nas proximidades do quilômetro 346, traz a tona o debate sobre as condições de segurança da rodovia. Nos dois casos, houve a situação de veículos atravessando para a pista contrária, o que aumentou a gravidade dos acidentes.
Sustentada em estatísticas, a concessionária responsável fez a retirada de um retorno no início dessa semana, em Estrela. A intervenção foi no quilômetro 352,7, ponto onde ocorreram 38 acidentes, com 57 feridos e três mortos nos últimos quatro anos e meio.
Conforme o banco de dados de acidentes de trânsito da Polícia Rodoviária Federal (Datatran), de 2016 para cá, o trecho que corresponde ao quilômetro 346 teve 39 acidentes, 38 feridos e 5 mortes. Os números consideram apenas as mortes que ocorreram no local do acidente.
Projeção para ajustes no trecho
A partir do ano que vem, quando inicia o 4º ano da concessão da BR-386 para a CCR ViaSul, está prevista a construção da 3ª faixa no trecho entre a ponte sobre o Rio Taquari e o trevo para a RS-130. No projeto estão previstas a implantação de dispositivo de segurança na divisão das pistas, com uma defensa metálica ou barreira de concreto, a construção de duas passarelas, além do alargamento de pontes e viadutos e reformulação das interseções.
No entanto, alterações imediatas ainda não estão nos planos da concessionária, mesmo que ela tenha a possibilidade de sugerir dispositivos que promovam a segurança da via. A CCR informa que irá analisar o boletim elaborado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), para identificar as causas do acidente da última quinta-feira, 2.
Rodovia mais violenta do RS
O Painel da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre acidentes rodoviários aponta que a BR-386 é a rodovia federal gaúcha que mais mata. Em 2020, foram 43 vidas perdidas, uma redução de 38,5% em relação ao ano anterior, que registrou 70 óbitos.