Como é sua relação com o tênis de mesa? Como começou a praticar o esporte?
Eu iniciei no tênis de mesa por influência do meu pai, que foi o fundador da Federação Gaúcha de Tênis de Mesa. Eu comecei a praticar o esporte com três anos de idade, incentivado por ele, pelo meu irmão mais velho e também pela minha mãe. Ela me segurava sentado sobre a mesa e meu pai ficava do outro jogando as bolinhas para eu rebater. É a imagem que eu tenho dele até hoje. Meu pai trouxe o esporte de São Paulo para o sul em 1967, na época ele participava dos campeonatos paulistas. Em Porto Alegre ele se enturmou com o pessoal do pingue-pongue e acabou fundando a Federação em 1971.
Você competiu profissionalmente por um bom tempo. Quais são as melhores lembranças que guarda desse período?
Participo ativamente de campeonatos desde os meus sete anos de idade. No meu primeiro campeonato brasileiro fiquei entre os oito melhores na categoria pré-mirim. Participava anualmente do campeonato brasileiro e também das competições estaduais e regionais. A melhor lembrança que tenho foi quando eu tinha 11 anos de idade e meu irmão nove. Nós fomos campeões da competição de duplas, vice-campeões por equipes e fui vice-campeão individual naquele ano na Copa Centro-Sul. No Rio Grande do Sul, desde os meus oito anos até os 17, eu fui o número um do estado, com exceção de um ano. A partir dos quinze anos eu comecei a disputar o campeonato adulto. Meu pai era o campeão estadual na época e eu consegui vencê-lo, assumindo a primeira colocação no estado até meus 25 anos. Foi quando abandonei o esporte, no ano em que meu pai faleceu.
Você ficou muito tempo sem competir?
Eu fiquei sem competir de 2000 até 2015. Em 2016, estávamos trancados em nosso apartamento em um dia chuvoso. Meu filho Erik, até então desinteressado pelo tênis de mesa, pediu para jogar o esporte do avô. Foi isso que me deu energia para voltar a treinar. Participei do meu primeiro campeonato em 16 anos, em São Leopoldo, e fui campeão na minha categoria. Acabei me reinventando e criamos um grupo de tênis de mesa aqui em Lajeado.
Como vê o futuro do tênis de mesa em Lajeado?
O tênis de mesa em Lajeado deu uma esfriada em função da pandemia. As pessoas acabaram ficando mais em casa. Houve uma mudança de interesse por parte dos adultos e por parte dos jovens também. Hoje nós temos um espaço no Parque do Imigrante, que conseguimos com muita luta. Nós fazemos vaquinhas para compra do material e eu não recebo nenhum valor como professor. Dou aulas e pratico o tênis de mesa por amor ao esporte. Estamos passando por uma dificuldade financeira, também em função da pandemia. Não temos recursos para pagar o aluguel do espaço e não temos apoio público ou patrocínio. Os recursos saem dos nossos próprios bolsos, vamos dar um jeito de revitalizar o esporte e não deixar o tênis de mesa morrer em Lajeado.