Colégio e universidade firmam parceria de vanguarda

Novos rumos à educação

Colégio e universidade firmam parceria de vanguarda

Implantação do novo Ensino Médio, com interlocução entre escola e academia. Aulas bilíngues para crianças de 5 e 6 anos. Junto com isso, uma orquestra filarmônica regional estudantil para o teatro da universidade. Colégio Gustavo Adolfo e Univates firmam parceria com olhar para a transformação do jeito de ensinar

Colégio e universidade firmam parceria de vanguarda
Assinatura da parceira entre Gustavo Adolfo e Univates marca chegada do Ensino Médio no campus da universidade - Foto: Filipe Faleiro
Lajeado

Três projetos. Um por imposição legal, outro voltado à fluência em um outro idioma e, por fim, para o desenvolvimento da arte, da música e da cultura. Na construção desses objetivos, um esforço pioneiro, a partir da parceria entre escola e universidade.

Estes pontos resumem as iniciativas pensadas pelo Colégio Gustavo Adolfo e Univates. Por força de lei, as instituições de ensino do país devem implementar o novo Ensino Médio em 2022. A mudança de método visa dar ao estudante mais autonomia para conhecer aptidões e construir o próprio saber.

Junto com essa transformação, uma aula pioneira, sem precedentes no RS: turmas com estudo em dois idiomas para a Educação Infantil (crianças de 5 anos) e no primeiro ano do Fundamental (6 anos).

Conforme o diretor do Colégio Gustavo Adolfo, Edson Wiethölter, trata-se de um novo ciclo da instituição. “É um marco para nós. Reposicionamos o colégio tanto em Lajeado como na região. Buscamos ser a partir de 2022 um Centro de Ensino.”

Foram anos de elaboração dos projetos, diz o diretor. “Para a educação bilíngue, fizemos pesquisas, análises, buscamos referências em outras instituições do país.” A partir disso, também se criou a parceria com a Univates, o que vai proporcionar aumento no número de alunos atendidos no campus São Cristóvão, frisa Wiethölter.

A metodologia do novo Ensino Médio se sustenta a partir da análise de áreas identificadas com o perfil do Vale do Taquari. Entre os destaques está o fato de os estudantes participarem das disciplinas eletivas de cursos técnicos (1º e 2º anos) e de graduação (3º ano) dentro da Univates. Os detalhes dos projetos foram apresentados na manhã de ontem em cerimônia no Teatro da Univates.

Dois professores na sala

O projeto bilíngue parte do pressuposto de que o ensino de um segundo idioma é potencializado quando mais cedo entra em contato com o aluno. “A criança é como uma esponja. Tudo é aprendizado”, realça a coordenadora da Área de Linguagens e da Educação Infantil e Anos Iniciais do Colégio, Deliene Kotz.

Pelo método, os estudantes terão a mesma grade curricular (Ciências Naturais e Humanas, Matemática, Português, Religião [Ética] e Artes). O diferencial será o repasse simultâneo dos conteúdos, por um profissional da pedagogia e outro com qualificação em Letras, com habilitação para Inglês.

Segundo a professora Deliene, a Neurociência comprova que aprender uma segunda língua contribui em diversos aspectos da vida. Passa pela empatia em conviver com diferentes culturas, bem como na cognição, pelo fato de auxiliar no desenvolvimento de competências para o aprendizado. “A gente está falando de um mundo de oportunidades que se abre pra essa criança”, reforça.

O professor responsável pelo projeto, Jairo Göetz, frisa que a participação de dois mestres será uma forma de estimular a vivência nos idiomas, sem comprometer o entendimento dos conteúdos.

Professores responsáveis pelo projeto das aulas bilíngues ressaltam ganhos à formação intelectual das crianças – Foto: Filipe Faleiro

Modelo pioneiro

O objetivo do projeto é fazer com que o estudante alcance um nível de proficiência até o o Ensino Médio, em que consiga entender a linguagem oral e escrita. Para desenvolver a metodologia, a instituição buscou informações em cinco escolas com sistemas semelhantes no RS e também em São Paulo.

Com base nas experiências, o sistema pensado para a Gustavo Adolfo se assemelha ao visto em São Paulo. Conforme o diretor Wiethölter, o formato com docência simultânea não foi percebida nas instituições gaúchas.

Aluno protagonista

A escolha das trilhas do saber, nas áreas de saúde, engenharias ou ciências humanas. O Ensino Médio a partir de 2022 será diferente. O caminho dependerá muito das escolas dos estudante. Além do formato, com mais autonomia dos jovens, o Colégio Gustavo Adolfo também abre turmas dentro do Campus da Univates.

As vivências, a proximidade, o contato dentro da instituição de Ensino Superior, representa oportunidade de evolução. É o que disse a reitora, Evânia Schneider, na cerimônia de ontem. “Agora Univates também é Gustavo Adolfo”, afirmou.

O prédio 1 será destinado aos estudantes do colégio. Pelo programa pedagógico, destaca-se o incentivo à criação, à experiência, ao conhecer. Hoje a escola tem 160 estudantes matriculados no Médio. Com a ampliação para o campus, passaria a 800.

Interação como estratégia

O projeto para criar o modelo pedagógico parte da imposição prevista nas Diretrizes Nacionais do novo Ensino Médio. Pela proposta da escola e da universidade, a ideia é ir além da Base Comum Curricular (BNCC).

Para tanto, foi feita uma pesquisa com estudantes, professores, famílias e representantes da sociedade civil organizada. A partir dos resultados, conta a coordenadora do 9º ano do Fundamental ao Médio, Rosilene König, foi possível criar uma estratégia coletiva e definir as prioridades na formação dos jovens.

Com esse conhecimento prévio, se traçou um perfil do profissional do futuro e quais áreas de formação são mais promissoras. Ao lado do conteúdo, está a formação do indivíduo. A partir dos conceitos de “viver” e “conviver”, busca-se como meta também trabalhar habilidades socioemocionais e o autoconhecimento, destaca a coordenadora pedagógica da área de Ciências Humanas do colégio, Mara Forneck.

Orquestra à cidade inteligente

Teatro da Univates será a casa da orquestra filarmônica. Apresentação de ontem foi a abertura e fechamento da cerimônia – Foto: Filipe Faleiro

A cerimônia de ontem também marcou a formação da orquestra filarmônica do Vale do Taquari Gustavo Adolfo\Univates. O presidente da Fuvates, ex-reitor da universidade, Ney Lazzari, ressaltou o processo para formação dos conceitos de cidade inteligente e do Pro_Move Lajeado.

Iniciativas que visam o futuro do município e a qualidade de vida.

Em uma visita do presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP), Josep Miguel Piqué, o ex-reitor relembra: “Apresentei o Teatro da Univates. Na saída ele me perguntou algo que me marcou: ‘e vocês têm uma orquestra?’”.

Passados cerca de cinco anos da conversa, a filarmônica surge da união de duas instituições de Ensino. Na opinião dele, incentivar a cultura, a arte, a música, é um meio básico para se ter uma cidade inteligente.

Detalhes do novo Ensino Médio

  • Currículo por áreas do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais – e suas tecnologias);
  • Equipe multidisciplinar programam o conteúdo e a dinâmica das aulas;
  • Os materiais de apoio digitais;
  • Carga horária passa de 3,3 mil horas para 3,6 mil horas;
  • O ano letivo será dividido entre formação geral básica (1,8 mil horas) e a formação específica (mais 1,8 mil horas);

Aulas bilíngues

  • Projeto teve adesão de 95% das famílias
  • Neurociência aponta que há ganhos para o desenvolvimento intelectual. Quanto mais cedo, melhores resultados;
  • Desenvolve habilidades sociais, valores e respeito à diversidade cultural;
  • Expande oportunidades, seja ao conhecer pessoas e outras culturas;
  • Potencializa a inteligência e a concentração;
  • Estimula a flexibilidade mental;
  • Proporciona mudanças de padrões de pensamento;
  • Desenvolve a criatividade;

Por que a Língua Inglesa?

  • Pesquisas mostram que até 2027, ser fluente em Inglês será requisito básico no mercado de trabalho;
  • 50% das vagas de emprego de destaque no mercado nacional exigem domínio do Inglês;
  • Salários são 60% maiores para profissionais proficientes na língua;

 

 

 

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