Dois cilindros de oxigênio para abastecer um maçarico e um caminhão guindaste. Esses foram os aparatos usados por um trio de criminosos para furtar 250 metros de trilho de trem da linha São José, em Estrela.
O crime aconteceu de dia, por volta das 9h dessa segunda-feira. Os criminosos botavam fogo nos trilhos para conseguir cortá-los. O trilho cortado era carregado pelo guincho. A dificuldade de deslocamento do material é grande.
Tanto é que a Rumo Logística, responsável pela manutenção das ferrovias, não conseguiu recuperar todos os pedaços de trilho roubados em apenas um carregamento. Parte do material ficou no local flagrado pela polícia até que voltasse a posse da companhia de ferrovias.
De acordo com o tenente da BM Edilnei Gravina, nos últimos três meses, o mercado clandestino de ferro e cobre chama atenção dos agentes. “Tem mercado. O criminoso comete o furto e já tem onde entregar, o dinheiro já é entregue na hora”, afirma.
Informações prévias dão conta de que a venda do material já estava acertada com uma empresa de ferro em Porto Alegre. A Polícia Civil (PC) abre inquérito para confirmar a hipótese e apurar se o comprador sabia que o material era obtido de forma ilegal.
As prisões
Os três homens foram detidos no bairro Concórdia, em Fazenda Vilanova. A operação contou com o trabalho integrado da Brigada Militar (BM) de Estrela, Teutônia, Taquari, Tabaí e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O caminhão guincho estava adesivado com a logomarca de uma companhia de sucatas. Um dos detidos, o condutor do veículo, de 26 anos, é filho do proprietário da empresa de sucata e não tinha antecedentes criminais.
Os outros presos, dois homens, de 35 e 18 anos, alegaram ter sido contratados para auxiliar no furto. Para o tenente Gravina, a ocupação das penitenciárias dificulta o trabalho policial. “A gente prende constantemente, mas os presídios estão sempre superlotados e eles acabam soltos”.
Procura por cobre e ferro
A venda de materiais de cobre e ferro aumenta a procura de criminosos por itens e compromete serviços. Furtos de fiação de prejudicaram o abastecimento de água por quatro dias, entre 12 e 16 de agosto.
Em 20 de maio, quatro pessoas foram presas após furtarem parafusos em Paverama. Foram cerca de 200 quilos de ferro que geraram prejuízo de R$ 5 mil.