O que levou a cursar e trabalhar com a Nutrição?
Sou filha de agricultores e vivíamos na Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande. Quando me irmão mais novo fez 3 anos, foi diagnosticado com diabetes tipo 1, uma doença autoimune. Meus pais não tinham tanto conhecimento sobre a doença e vi muito desespero da minha mãe, em não saber como lidar com a alimentação dele. Então procurei um curso onde pudesse ajudar nos cuidados com meu irmão. Coloquei na cabeça que cursaria Nutrição. Passei no vestibular e me formei na UFPel (Universidade Federal de Pelotas) em 2012. Foi a realização de um sonho.
Você atua desde 2015 no Sesc Lajeado, mas sua trajetória no serviço iniciou como estagiária em Rio Grande. Como foi
para chegar até aqui?
Me apaixonei pelo Mesa Brasil nos tempos de estagiária. Coloquei na cabeça que, um dia, voltaria a trabalhar no Sesc, não importava em qual cidade. Enquanto a vaga não aparecia, atuei em uma empresa de Rio Grande. Cheguei a fazer entrevista em Ijuí, mas não passei por não ter carteira de habilitação à época. Em janeiro de 2015, surgiu a vaga em Lajeado. Havia mais de 20 candidatas. Mas desta vez fui selecionada. Considero este o meu segundo sonho realizado. Hoje, além do Mesa Brasil, trabalho também na clínica e tenho um pé também no Sesquinho. É bom ajudar as pessoas por meio da Nutrição.
Nos últimos anos, há uma procura maior de pessoas em busca de nutricionistas. Isso está relacionado mais a uma mudança nos hábitos alimentares ou aos cuidados com o corpo?
Acho que a procura por uma nutricionista está relacionado a saúde e a estética também. Vejo que a profissional está cada vez mais valorizado. Antes as pessoas achavam que a nutricionista era só para tratar sobre perda de peso. Hoje isso já está mudando. Claro que a maioria dos meus pacientes estão relacionados a cuidados com a saúde, principalmente mulheres. Elas procuram mais a prevenção e assuntos relacionados a saúde da mulher, que é minha área de atuação.
Com a pandemia, as pessoas estão se cuidando mais na alimentação?
A pandemia ajudou no sentido das pessoas estarem mais em casa, ter tempo maior para cozinhar e preparar alimentos mais saudáveis. Isso faz toda a diferença. No dia a dia do trabalho, nossa vida é muito corrida. Muitas pessoas ganham peso por falta de organização. Fora isso, percebemos também um aumento de pacientes devido à ansiedade e depressão. Relatam aumento de peso por ficar em casa sem ter o que fazer e acabam indo para esse lado do exagero alimentar. É preciso procurar outras coisas que nos trazem prazer, sem descontar na alimentação.