Conta mais barata para quem economizar luz

crise hídrica

Conta mais barata para quem economizar luz

Ideia do governo federal é criar programa para garantir desconto nas contas de luz de quem diminuir o consumo entre 10 a 20%

Conta mais barata para quem economizar luz
(Foto: divulgação)
Brasil

Dados do Sistema Interligado Nacional (SIN) apontam que o país enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Tudo por conta da pouca chuva no centro, onde estão as maiores usinas hidrelétricas, responsáveis por gerar até 70% da energia distribuída para os estados.

Caso a situação permaneça como está, em outubro é possível haver racionamento e até apagões. Diante disso, o governo federal elabora um programa que dará incentivos para os clientes residenciais e de pequenos comércios a reduzirem de forma voluntária o consumo. A ideia é garantir um desconto nas contas de luz para clientes que tiverem diminuição de 10% até 20% no uso da energia.

Em uma primeira análise, a perspectiva era de um desconto de R$ 1 por cada kilowatt-hora (kWh). O valor do incentivo ainda não foi definido, pois depende de análise dos técnicos do Ministério de Minas e Energia. A previsão é que o programa entre em vigor a partir de setembro e vá até abril do próximo ano.

Para evitar apagões, será preciso gerar em média 5,5 gigawatts a mais. Conforme dados do operador nacional do sistema, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste operam com 22,5% da capacidade de armazenamento.

Significa que o consumo de energia tende a ser maior que a oferta. Por isso, é necessário ampliar a economia de luz e adicionar novas fontes adicionais de energia. Do contrário, a chance de apagão aumenta.

Conta mais cara

Em setembro, a conta de luz deve ficar cerca de 8 até 10% mais cara devido a elevação do valor da bandeira tarifária vermelha 2. A divulgação da nova base de cálculos é esperada para hoje. Em junho, o valor foi reajustado em 52%, o que trouxe elevação de 10% no preço da conta aos consumidores. A estimativa feita pela Fundação Getúlio Vargas aponta que o kWh passe dos atuais R$ 9,50 para mais de R$ 14.

O aumento da bandeira impacta sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pela prévia da inflação de agosto, a tendência é que o índice seja o maior para o mês desde 2002.

20 anos após apagão

Em 2001, o país foi obrigado a mudar os hábitos de consumo de energia. Era o último ano do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. A crise energética estava ligada à falta de planejamento no setor e à ausência de investimentos em geração e distribuição de energia. Somou-se a isso o aumento do consumo de energia devido ao crescimento populacional e a elevação do nível produtivo das indústrias.

Naquele ano, 83% da geração de energia vinha das hidrelétricas. Passados 20 anos, a dependência diminuiu para 63%.

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