Um dos principais pontos de acesso a Lajeado permanece como motivo de indefinição entre administração municipal e a concessionária responsável pela BR-386. A passagem da ponte seca, no trecho da rua Bento Rosa sob a rodovia, é um gargalo destacado por condutores e pessoas que moram e têm seus estabelecimentos nas proximidades.
O alongamento da rua Osvaldo Aranha, dentro do cronograma da construção do Parque Ney Arruda, criou mais um desafio para a fiscalização. Mesmo com as vias sinalizadas, a confusão se torna maior nos horários de pico, com maior fluxo vindo da via lateral e saindo para a alça de acesso à rodovia.
A avaliação feita por usuários do trecho vem ao encontro dessa problemática. Para o aposentado Astor Westenhofen, 59, o risco é uma constante. “Encontramos muitas dificuldades por ali. Tem que ser tomada uma atitude, ser feito um estudo para ver o que fazer. Não tive nenhuma situação mais perigosa porque cuido muito”, ressalta.
O advogado Daniel Fisch, 36, também sugere que o acesso à ponte seca deveria ser melhor pensado. “Penso que deve ser mais bem elaborado esse cruzamento para o pessoal que vem do centro da cidade, com quem vem da capital e do outro lado do bairro. Considerando que agora vai ter uma empresa de um grande movimento, alguma coisa precisa melhorar na rótula”.
Município de “mãos atadas”
O Departamento de Trânsito de Lajeado aponta dificuldades por não conhecer os projetos para a faixa de domínio de responsabilidade da concessionária e o que restaria para o município. O coordenador do setor, Vinícius Renner, se diz de “mãos atadas” para efetuar eventuais ajustes. Já foi avaliado implementar um binário nas duas ruas, para que ambas tivessem sentido único, mas a administração não deve modificar o cenário sem receber os planos da empresa.
As alças de acesso são de responsabilidade da União, portanto, sob a competência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalização. Hoje a chamada faixa de domínio no trecho específico da ponte seca tem 25 metros na pista norte e 45 metros na pista sul, a partir da pintura da faixa central da pista norte.
“Precisamos dessa definição da concessionária para ajustar junto a PRF qual a área de atendimento deles. E uma ação que eu tome agora, pode ser que a CCR faça algo diferente e pode causar ainda mais confusão e até mesmo acidentes no local”, justifica Renner.
Poucos acidentes notificados
Município e PRF destacam as poucas ocorrências de acidentes no trecho. Nos números do Departamento de Trânsito foram três registros desde o início do ano, embora o indicativo seja de subnotificações. “Muitos motoristas estão fazendo uma roleta-russa ali”, diz Renner.
De acordo com o chefe da PRF de Lajeado, Paulo Reni da Silva, o órgão não fez nenhum atendimento. “Não chega a chamar a atenção, em qualquer relatório gerado, esse tipo de ocorrência. Seja reclamações, acidentes pequenos com colisões que deixam só danos materiais, ou até mesmo acidentes mais graves”, pontua.
Resposta da concessionária
Existe uma expectativa de ajuste dos acessos da rodovia por parte da CCR ViaSul. A concessionária afirma em nota que o projeto executivo está em fase de elaboração será apresentado à prefeitura. No entanto, não foi dado prazo para a entrega desse projeto. “Todas as ações visam impactar o mínimo possível na região, de forma a proporcionar maior segurança aos usuários e fluidez para o tráfego”.
Sobre eventuais mudanças por causa da construção da Havan às margens da rodovia, a concessionária destaca que a responsabilidade quanto aos acessos será do município. “Em relação à Havan, a mesma está fora da faixa de domínio da rodovia, tendo sua ligação (entrada/saída) conectada com a via municipal, sem ligação com a rodovia”.