O que são cidades inteligentes?

Opinião

Elisabete Barreto Müller

Elisabete Barreto Müller

Professora universitária e delegada aposentada

O que são cidades inteligentes?

Nessa semana, aconteceu o CRIE Smarties Cities na Univates. Foi um evento maravilhoso que levou a comunidade a refletir sobre o conceito de cidades inteligentes. Como sempre, a nossa Universidade nos convida a fazer um mundo melhor.

As falas que mais me impactaram foram as que demonstraram que a sustentabilidade e a solidariedade são a base de uma cidade inteligente.

A palestra de abertura foi da jornalista Sônia Bridi, que abordou o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e apontou várias consequências do aquecimento global. Ela comentou que as cidades serão mais resilientes se forem menos selva de pedra e mais parques, mais árvores, mais sombra. Ressaltou que todos os aspectos da administração de uma cidade precisam levar em conta as mudanças climáticas ao tomar qualquer atitude, desde a construção de uma escola até escoamento das águas da chuva. Sônia também disse que cidades inteligentes são as que encontram soluções para manter qualidade de vida diante de um mundo cada vez mais quente.

Ficou muito claro que não há tempo a perder! Precisamos agir já!

Como gostaria que aquelas pessoas que acham que a preocupação ambiental é “mimimi”, que mudanças climáticas são balela e que desdenham dos dados científicos sobre os desmatamentos e as queimadas, tivessem ouvido as falas de profissionais tão qualificados que aqui vieram compartilhar informações.

A nossa Constituição Federal diz em seu artigo 225 que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. O que os governos fazem para isso? O que cada um de nós faz?
Eu participo de uma ONG ecologista chamada Ecobé (vida longa em Tupi-Guarani). Desde a sua fundação, no ano de 2000, a entidade defende o que foi dito nas palestras e está em Conselhos do Meio Ambiente para debater e solucionar problemas. A ONG denuncia danos/crimes ambientais e solicita providências. Já estivemos em audiências públicas que debateram o plano diretor de cidades da região. Manifestamos inconformidade com a destruição da natureza para criação desenfreada de loteamentos.

Plantamos árvores, denunciamos o corte delas. Tentamos sensibilizar a sociedade, mas, como outros que lutam efetivamente pelo meio ambiente, somos poucos e nem sempre somos ouvidos.

Diante disso tudo, questiono: se as árvores são cada vez mais escassas e a selva de pedra aumenta, podemos chamar as nossas cidades de inteligentes?

O que, de forma individual e coletiva, estamos fazendo para proteger a teia da vida com responsabilidade para que as futuras gerações tenham futuro, para que nós tenhamos futuro?

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