O país está diante de uma chance real de novo apagão. O alerta foi emitido nesta semana pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em caso de setembro for com chuva abaixo da média no centro do país, em outubro as usinas hidrelétricas não terão como atender a demanda do país.
Neste cenário, seria necessário aumentar o uso das termelétricas, além de importar energia do Conesul, em especial da Argentina e do Uruguai. Isso significa que, além do risco de racionamento, a conta ficará mais cara.
Pela análise do ONS, julho e agosto foram os piores meses em termos de chuva. O nível dos reservatórios estão em 22%, os mais baixos da história. Em que pese mudanças na matriz energética, pois do apagão de 2001 até agora houve redução na dependência das hidrelétricas, o modelo ainda representa 70% de energia gerada no país.
No ano do apagão, as hidrelétricas representavam 82% de toda energia gerada no país. Hoje, esse percentual está em 62%. O país avançou, criou alternativas. Ainda assim, é preciso mais. A energia elétrica é insumo básico à vida moderna, à economia e para o bem-estar.
O modelo que usa a força da água para produzir energia é a fortaleza do sistema nacional, mas não pode estar sozinho. Ampliar os meios de gerar energia é preceito básico para atender as demandas da sociedade.
Neste contexto, entre as brigas ambientais e a instalação de novos projetos, é preciso desenvolver mecanismos para oportunizar projetos sustentáveis, seja pelo uso da energia solar, eólica, e com as pequenas usinas hidrelétricas.
É justo com estes projetos que o Vale do Taquari pode ser um reforço para o sistema nacional. Há tecnologia, projetos e alternativas para tanto, em especial pelo potencial dos recursos hídricos. Para tanto, é preciso destravar projetos parados faz dez anos nos órgãos de fiscalização.
Sem dúvida, é preciso se atentar ao controle do impacto na natureza, pois os investimentos precisam deve ser acompanhado por regras claras e por diagnósticos efetivos dos riscos. Ter na região a instalação das hidrelétricas precisa ser vista como oportunidade, pois cada megawatt criado é mais força para todo o sistema nacional. Como resultado, se reduz a instabilidade em caso de crises hídricas.
EDITORIAL
Sinal vermelho

Vale do Taquari