Neste domingo, 29, é celebrado o dia nacional de combate ao fumo. Para falar sobre o aumento no consumo de cigarro durante a pandemia e sobre os impactos do seu uso para a saúde das pessoas, o médico oncologista Renato Cramer participou de entrevista no programa A Hora Bom Dia deste sábado, 28.
Segundo o profissional, o percentual de fumantes diminuiu nos últimos anos, mas aquelas pessoas que fumam aumentaram o seu consumo. As ações nacionais de conscientização contra o tabagismo estão entre os fatores que ajudaram na diminuição no número de pessoas fumando. Porém, a pandemia, o isolamento, e as questões emocionais e psicológicas fizeram com que as pessoas que já fumavam passassem a consumir mais cigarros.
“Esse aumento no consumo de tabaco vai colocar as pessoas que já estavam em risco, em mais risco ainda. Vamos ver os resultados do aumento desse consumo em alguns anos”.
Quantidade de cigarro consumidos
O médico explica que não existe uma quantidade tolerável de cigarros a serem consumidos que não vão causar problemas de saúde. Quando uma pessoa fuma, o dano inicial começa no pulmão. Depois disso, corpo humano metaboliza as substâncias tóxicas e libera na corrente sanguínea para o restante do organismo.
“O tabaco está diretamente relacionado a pelo menos 15 tipos de tumores. E ainda tem os indiretos”.
A substância responsável por causar a dependência é a nicotina. Porém, outras 4 mil substância presentes no cigarro são as que afetam a saúde da pessoa.
Cinco milhões de mortes por ano
Segundo Cramer, o tabagismo é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas por ano no mundo. A perspectiva é que esse número chegue a oito milhões em 2030.
“A gente ainda vai perder muitas pessoas por conta desse mau hábito”, diz.
Como largar o vício
Para largar o vício, o primeiro passo é a pessoa ter esse desejo. Como forma de tratamento, existem opções farmacológicas e não-farmacológicas. Estas, se baseiam na mudança de hábitos, acompanhamento psicológica, terapia, prática de atividades físicas. Já as farmacológicas, consistem no consumo de medicamentos que vão ajudar neste processo.
Fumantes passivos
Outra preocupação é quanto aos fumantes passivos. Ou seja, aquelas pessoas que não fumam, mas convivem com pessoas que fumam e acabam inalando estas substâncias.
“O fumante passivo corre tanto risco quanto o tabagista ativo. Pesquisas apontam que se minha esposa fumar uma carteira de cigarro, dos 20 eu estarei consumindo oito. Isso sem colocar nenhum deles na boca, apenas convivendo com pessoas. Isso é muito preocupante”.
Confira a entrevista na íntegra: