Vereadores divergem sobre comércio aos domingos

Debate

Vereadores divergem sobre comércio aos domingos

Projeto foi o principal assunto da sessão. Favoráveis defendem liberdade dos empresários, enquanto contrários apontam desigualdade na negociação com os funcionários

Vereadores divergem sobre comércio aos domingos
Kniphoff (de máscara) é contra a proposta do Executivo. Mozart e Fornari, da base do governo, argumentam aspectos positivos da mudança (Foto: Mateus Souza)
Vale do Taquari

O projeto que permite a abertura do comércio aos domingos repercutiu durante a sessão de terça-feira.

Entre os que defendem o projeto, está o líder de governo na câmara, Mozart Lopes (PP). Em 2018, na mesma condição de líder, ele se viu obrigado a retirar um projeto semelhante da pauta de votação, devido à iminente chance de reprovação. “Vamos votar um projeto que autoriza a abertura, e não obriga ninguém a fazê-lo. Apenas quatro cidades no Estado tem essa restrição hoje”, comenta.

Lopes emenda que, com o turismo do Vale do Taquari cada vez mais visado, Lajeado será mais visitada, e que é necessário atualizar a lei. Opinião compartilhada por Paula Thomas (PSDB). “Essa é uma discussão antiga, não é recente. Falamos de uma cidade de 85 mil habitantes. A maior da região. Cada vez mais somos procurados”, salienta a parlamentar.

Convivência familiar

Na teoria, a base aliada na câmara é maioria. Até por isso, Éder Spohr (MDB) acredita que a discussão já está “resolvida. “Todo mundo sabe que o projeto vai passar. Se o governo realmente quiser, ele será aprovado”, ironiza. A fala foi rebatida por Márcio Dal Cin (PSDB). “Não é porque o governo tem maioria que vai aprovar tudo”.

Entretanto, Lorival Silveira (PP), reiterou sua posição contrária ao projeto. “Estão esquecendo da convivência familiar e pensando só na ganância, em ganhar dinheiro. A negociação agora vai ser só com o patrão e o sindicato dos patrões. E o trabalhador, de joelhos e com medo de perder o emprego, vai aceitar”, comenta.

Sérgio Kniphoff (PT) também rejeitou a matéria e entende que ela vai contra o que prega uma “cidade inteligente”, discussão que ganhou força na cidade. “Cidade inteligente é mais justa e trabalha com a felicidade dos seus habitantes. E essa situação é injusta. Querem um acerto direto entre empregador e empregado. O medo da demissão vai fazer o funcionário aceitar qualquer coisa”, frisa.

“Dia improdutivo”

Outro projeto polêmico que repercutiu na sessão de ontem foi o que estabelece regras para recuperação de horas negativas pelos servidores, referente ao período em que foram afastados do trabalho com manutenção das remunerações. Na avaliação de vereadores, a audiência convocada pela câmara, ocorrida na segunda-feira, foi prejudicada devido às discussões ríspidas.

“Foram apenas acusações de um lado e de outro. Executivo e sindicatos precisam entender a importância de resolver isso de forma pacífica. Defendemos os mesmos objetivos aqui na cidade. Foi um dia improdutivo”, dispara o presidente da câmara, Isidoro Fornari (PP).

 

Acompanhe
nossas
redes sociais