Cerca de 8,2 mil empresas instaladas e 93 mil trabalhadores empregados. Estes são os principais números resultantes do Distrito de Inovação 22@, que transformou Barcelona em um polo tecnológico. A experiência da cidade da Espanha foi apresentada na tarde de ontem em Lajeado durante palestra no Crie Smart Cities.
Josep Miquel Piqué, presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP) e presidente executivo de La Salles, detalhou ações feitas para incentivar o crescimento econômico e social de Barcelona. As estratégias iniciaram nos anos 1990 e coincidiu com o momento em que a cidade sediaria os Jogos Olímpicos de Verão.
Segundo Pique, Barcelona viveu um momento de “degradação e decadência” do setor industrial, durante as décadas de 60, 70 e 80. Foi a partir de 1992, com a adoção de um novo modelo, que se iniciou o processo de transformação digital. O local escolhido foi o distrito de Sant Martí.
“Cinco setores foram escolhidos para impulsionar o crescimento: meios de comunicação, energia, saúde, design e ICTs (instituições científicas e tecnológicas”). Tudo foi trabalhado a partir dessa estrutura”, salienta. Essa transformação, segundo Pique, fez com que Barcelona passasse a reter e atrair novos talentos, de países vizinhos e também de outros continentes.
Inspiração para Lajeado
Um dos questionamentos feitos a Pique durante a palestra foi sobre as ações que o poder público e a universidade precisam para incentivar o surgimento de novas startups. O palestrante acredita ser necessário criar iniciativas de âmbito social. Cita o incentivo à educação empreendedora.
“Todos os alunos podem ser empreendedores. Outro ponto importante é a competição de ideias. As empresas propõe desafios de 24, 48 horas, e os alunos dão uma proposta de solução para um problema. Isso nos permite dar viabilidade para essas transformações”, comenta.
Lembra ainda que o município deve seguir acompanhando o funcionamento das startups. “Essa é uma lógica fundamental, de acompanhá-las para buscar novos mercados, vender internacionalmente”, explica.
O consultor e articulador do Pro_Move Lajeado, Albano Mayer, destacou o conteúdo apresentado por Pique. “As cidades precisam ser plataformas da economia do conhecimento e criar laboratórios vivos, transbordar a cidade para dentro da universidade. Ter meta, com protagonismo”, afirma.
Nesta quarta-feira
Palestra
19h – “Uma smart city no Brasil: o case de Juazeiro do Norte (CE)”, com Michel Araújo
20h – “Lajeado: Uma cidade em movimento!”, com o prefeito Marcelo Caumo
Painéis
10h – “A saúde das Cidades Inteligentes: Tecnologia, integração e humanização”, com representantes do Hospital Bruno Born, Vibee Unimed, Solis Tecnologia e Pro_Move Lajeado
16h – “Mobilidados: dados e indicadores para nortear políticas públicas”, com Leonardo Veiga, do Institute for Transportation and
Development Policy
18h – “Ações que resultam em cidades Inteligentes – Cases do Vale do Taquari”, com representantes do Escritório de Relações com o Mercado (ERM)
19h – “Acessibilidade para cidades mais inclusivas e democráticas”, com a professora Carolina Becker Pôrto Fransozi
19h – “Urbanismo e Saúde”, com Clayton Macedo
21h – “Cidade que educa e transforma”, com Marcio Taschetto da Silva e Roberto dos Santos Rabello
21h – “A mobilidade urbana no Vale do Taquari”, com Giancarlo Bervian, João Braun, Carlos Henrique Dullius e Nádia Cristiana dos Santos Sudario
21h – “Moedas digitais e as novas relações financeiras”, com Fábio Junges e Diogo Baum
Roda de conversa
19h – “Como o cicloturismo pode fomentar o turismo de uma região?”, com Carlos Fernando Kieling, Carlos Corrêa da Rosa e Leandro Arenhart
