Complexidade de plano obriga contratação de especialista

Regionalização do saneamento

Complexidade de plano obriga contratação de especialista

Após presidente da Assembleia, Gabriel Souza, apresentar alternativa. Prefeitos da região buscam consultoria externa para entender impactos do plano de saneamento

Complexidade de plano obriga contratação de especialista
(Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

Prefeito de Arroio do Meio e tesoureiro da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), Danilo Bruxel, se reúne hoje com o prefeito de Taquari, André Brito, para tratar da contratação do ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Pedro Henrique Poli de Figueredo.

A decisão foi confirmada ontem em assembleia dos prefeitos. De acordo com Bruxel, os valores devem ser acertados hoje e a consultoria é essencial para tomada de decisão dos prefeitos. “No momento em que tivermos clareza, nós podemos pontuar o que fica bom para os municípios da nossa região”, afirma.

A diretoria da associação pretende contratar Figueredo para entender os projetos de regionalização do saneamento, apresentados pelo governo do Estado. Frente a complexidade, a Assembleia Legislativa propôs mudanças.

O plano do Estado dividiria o mapa gaúcho em quatro regiões. Já a nova estrategia, compreende duas unidades. A região central, com os 307 municípios da Corsan, é mantida. A segunda região engloba as outras 190 cidades.

Unidades regionais

O projeto de regionalização tem como objetivo adequar o RS ao novo marco legal do saneamento, instituído pelo governo federal em julho do ano passado. A regulação traça a meta de esgoto tratado em 90% dos municípios do país até 2033.

Para isso, os estados devem criar unidades regionais (interfederativas). De acordo com a regra, a regionalização permite o aumento do volume dos serviços, o que deve proporcionar a viabilidade técnica e econômica do projeto.

As propostas apresentadas pelo governo estadual, indicavam que a gerência das unidades seria compartilhada entre Estado e municípios. O projeto da Assembleia aumenta a autonomia das administrações municipais ao incluir as bacias hidrográficas na gestão. Dessa forma, a gestão do saneamento seria organizada em 50% dos municípios, 30% do Estado e 20% das sub-bacias hidrográficas.

Entrevista

Júlio Salecker • coordenador-geral do Fórum Gaúcho dos Comitês de Bacias e vice-presidente da Bacia Taquari-Antas
• Apesar de considerar que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) ouviu a sociedade em audiências públicas, Salecker vê avanço na proposta da assembleia. Para ele, os impactos do saneamento dizem respeito às bacias hidrográficas, e não aos limites municipais.

“Regionalização não permite que ninguém fique de fora”

• A Hora: Como você avalia a proposta da Assembleia?
Júlio Salecker: Tivemos uma evolução. A proposta redesenha a regionalização. Teve a sensibilidade de saber que quando se trata de água potável, e principalmente do esgoto, os impactos se dão em bacias hidrográficas e não em divisas municipais. Nisso, nós vemos um avanço porque os municípios passam a integrar uma região onde suas atividades impactam em outro município da mesma região.

• Qual a importância da inclusão dos comitês de bacias na gestão?
Salecker: Entendemos com uma evolução colocar os comitês de bacia. Seria um grande conselho para água e tratamento. Por que inventar uma nova estrutura, se essa estrutura já está aí? E os comitês estão maduros para estarem nessa gestão.

• Os municípios pequenos podem ser preteridos por não terem serviços lucrativos?
Salecker: É uma grande evolução para comunidade. O que interessa para o povo não é que a empresa é pública ou privada. O que interessa é que tenha o serviço. E isso significa melhor saúde pública. A cada um real investido em saneamento, são sete reais poupados em saúde. O problema vai ser resolvido também porque a regionalização não permite que ninguém fique de fora.

• Há uma preocupação sobre sociedades de água. Como elas se enquadram nesse plano?
Salecker: Uma reivindicação nossa nas audiências públicas foi enxergar os operadores pequenos. Quem assumir as regiões vai ter que obrigatoriamente água e esgoto. As que tiverem condições ou coragem de enfrentar o esgoto vão fazer.

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