Depois da solicitação de investimentos na reforma dos trilhos entre Colinas e Estrela feita à concessionária Rumo, representantes empresariais e políticos do Vale apresentam ao governo federal o projeto turístico e de melhoria na logística pela ferrovia.
A reunião está marcada à manhã de hoje com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni. A comitiva regional é composta por prefeitos, entre eles Elmar Schneider, de Estrela, e por integrantes da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT) e da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales).
Conforme o coordenador do Trem dos Vales e integrante Amturvales, Rafael Fontana, o encontro aborda os planos e perspectivas da região com a retomada do transporte ferroviário, tanto no campo de oferta de passeios, quanto para maior periodicidade em relação ao transporte de cargas.
O projeto técnico foi elaborado a partir da cooperação entre sete municípios, da própria Amturvales e da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). “Vamos apresentar nossa intenção de termos maior frequência de passeios de trens entre Estrela até Guaporé”, afirma Fontana.
Quanto a necessidade de reforma entre Colinas e o Porto de Estrela, esse investimento precisa ser feito pela concessionária da ferrovia. De acordo com Fontana, após a entrega da proposta, não houve um retorno por parte da Rumo Logística.
Plano em três passos
A partir do levantamento feito na região, os investimentos na ferrovia seriam em três etapas. O primeiro entre Guaporé e Muçum, depois até Roca Sales e por fim entre Colinas e Estrela. Pelo relatório, seriam necessários cerca de R$ 9 milhões.
O projeto também é analisado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Além de reformas nos trilhos com objetivo de consolidar viagens de passageiros todos os meses, estão previstas adequações para o transporte de cargas.
Na avaliação da Amturvales, a região ganha status em termos de oportunidades para o turismo, com a repercussão da estátua do Cristo Protetor de Encantado, do Viaduto 13, em Vespasiano Corrêa, além do Trem dos Vales.
Pela programação nos próximos meses, serão 52 viagens até janeiro. O passeio comemorativo percorre o trecho entre Guaporé a Muçum.
Quase sete anos de ociosidade
Nenhum trem chega ao Porto de Estrela desde dezembro de 2014. Na época, os trilhos no eixo gaúcho eram de responsabilidade da América Latina Logística (ALL). Avarias devido às enchentes e o baixo investimento em reformas fez com que o transporte fosse cancelado.
Antes disso, havia mais periodicidade para chegada de grãos na unidade da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Com a interrupção dos itinerários das locomotivas, também houve necessidade de alterar a logística no transporte de insumos.
Para o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, o esforço de diferentes organizações regionais faz com que se tenha mais força para mostrar a importância desta retomada. O propósito, diz, é dar continuidade ao projeto de tornar o porto um terminal multimodal.
No segundo semestre de 2020 foi formado um grupo de trabalho para saber o interesse das empresas em usar o porto de Estrela. A ideia é fazer um diagnóstico com o potencial de cargas para transporte tanto do Vale do Taquari, quanto do Rio Pardo e da Serra.
