Uma série de ocorrências com abelhas durante a semana chamou a atenção na região. Apenas na manhã dessa sexta-feira, 20, foram três atendimentos no intervalo de apenas uma hora, em Lajeado e Arroio do Meio. As mudanças climáticas são apontadas como principal motivo para a aparição dos insetos, o que deve se manter com a chegada da primavera.
Nos últimos dias, foram sete chamados atendidos pelo Corpo de Bombeiros de Lajeado e outros seis pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do município. Em nenhum dos casos houve ataque dos insetos. A principal ressalva feita pelos responsáveis pelas remoções é em relação ao procedimento: se tratando de área pública, a administração municipal deve ser acionada, mas para locais privados, o atendimento é feito pelos Bombeiros.
As espécies encontradas na região são a abelha-europeia (Apis mellifera) e a abelha-africana (Apis mellifera scutellata). Nas ocorrências da última semana, na maioria foram identificadas abelhas-africanas. Importante ressaltar que ambas as espécies não estão em extinção – apenas sete entre as mais de 25 mil existentes constam na lista de animais nesta situação.
Conforme a engenheira agrônoma da Sema, Juçara Ferri, as abelhas aparecem na área urbana para tentar fugir de ambientes onde há uso de agrotóxicos, então buscam lugares mais adequados para formarem suas colmeias. “Existem tipos de agrotóxicos que o simples toque pode matar não só uma abelha como um enxame inteiro”, diz Ferri.
A época de floradas também é apontada como uma motivação para o ressurgimento dos insetos. “Essa semana, com o aquecimento que tivemos e a proximidade da chegada da primavera, começamos a identificar essas migrações e a procura por parte das abelhas de achar o seu lugar, além da questão do afloramento que contribui também”, afirma o secretário do Meio Ambiente, Luís Benoitt.
Chamado incomum
Além dos casos registrados na sexta, uma ocorrência da quinta-feira, 19, chamou a atenção do Corpo de Bombeiros. Um enxame foi identificado em apartamento do bairro Olarias, em Lajeado, dentro de um armário. Diante da necessidade de garantir a segurança dos moradores, a opção foi pelo extermínio dos insetos.
Situação incomum e pouco recomendada, de acordo com o comandante Fausto Althaus. “Importante ressaltar que matar abelhas e enxames por conta própria é crime. Temos que definir bem o porque foi feito o extermínio daquelas abelhas. É muito atípico pegarmos abelhas dentro de casa. Duas, três se perderem, tudo bem, mas um enxame de grandes proporções daquele é raro, muito raro ocorrer”.
Rotina em temperaturas mais altas
Na avaliação de Althaus, chamados desse tipo chamam a atenção pela quantidade em pouco tempo, mas ele garante que a elevação de temperaturas com a chegada da primavera torna a presença dos insetos mais comum. “Para nós é costumeiro. Nós estamos em um inverno rigoroso, onde as abelhas estão mais reclusas.
Essa semana fez um calor fora do comum, e a abelha é um animal que, conforme chegamos a temperaturas mais quentes, elas costumam sair para fazer a migração”.
Posterior as remoções, as abelhas são devolvidas à natureza ou realocadas em local propício para uma de suas principais funções, a produção de mel. Para isso, existe uma parceria do município com o Corpo de Bombeiros, onde um apicultor é indicado para fazer esse procedimento.