Vale perde posições, mas segue acima da média estadual

RANKING DA LONGEVIDADE

Vale perde posições, mas segue acima da média estadual

Estudo considera dados anteriores à pandemia. Região figura entre as seis com maior expectativa de vida

Vale perde posições, mas segue acima da média estadual
Lorival Schneider, 55, tem o hábito de pedalar em média trinta minutos ao dia em benefício à saúde / Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

Aspectos sociais, culturais e econômicos são apontados como fatores para o aumento da expectativa de vida no Vale do Taquari. Os dados divulgados nessa sexta-feira, 20, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) mostram uma evolução de 77,91 para 79,17 anos. O comparativo é do período anterior à pandemia, de 2010 a 2019.

De acordo com a pesquisadora Marilene Dias Bandeira, autora do estudo, no início da série histórica, em 2010, o Vale estava entre as três regiões com maior expectativa de vida. Hoje ocupa a sexta posição no ranking. “Isso não significa que os indicadores recuaram, mas que o estado como um todo melhorou sua condição”, observa.

O Vale também figura entre as 17 regiões com estimativa superior a média do RS, que é de 77,26 anos. Conforme a economista Cintia Agostini, a região se destaca em vários segmentos o que contribui na qualidade de vida e longevidade.

“Vivemos mais e melhor, reflexo de uma distribuição de renda equilibrada e o avanço da tecnologia. Avançamos em recursos para saúde preventiva e corretiva, além do atendimento assistencial à população que mais precisa”, destaca Agostini.

Outros fatores como a redução da mortalidade infantil, transição do ciclo de doenças e mudanças nos hábitos da população contribuíram para o aumento da expectativa de vida em 1,26 ano.

Dados estaduais

As mulheres seguem com expectativa de viver em média sete anos a mais do que os homens, porém, no último triênio, encontra-se o menor diferencial entre os sexos no período, de 7,28 anos, com estimativa de 80,88 anos para as mulheres e 73,60 para os homens.

De acordo com o estudo, com dados anteriores à pandemia, doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por um quarto dos óbitos no estado (25,1%), em 2019, tendo apresentado tendência de queda no período analisado. Por outro lado, destaca-se o aumento da incidência de neoplasias, segunda causa de morte entre a população (22,3%).

Em terceiro lugar, os óbitos por doenças respiratórias (12,0%) também apresentaram um aumento no período, porém em menor magnitude. Em quarto lugar como causa de óbito dos gaúchos estão os óbitos por causas externas (8,5%), sendo sua incidência mais de três vezes superior entre a população masculina, quando comparada com a feminina.

Qualidade de vida

Em 2016 e 2017, a professora Arlete Eli Kunz da Costa fez uma pesquisa no Vale do Taquari sobre a qualidade de vida da população idosa. Os resultados foram animadores e retratam a satisfação do público acima de 60 anos com o modo de vida.

“Os entrevistados elogiaram o atendimento nos serviços básicos de saúde e disseram ter uma vida tranquila”, comenta a professora. Essa pesquisa indicou o interesse dos idosos em aprender mais sobre tecnologia. “É um público atento à inovação”, resume.

Conforme levantamento, a região possui índice superior à média nacional de população idosa, estimada em 14%. “Alguns municípios do Vale chegam a ter 30% da população acima de 60 anos e a tendência é que esse índice aumente ainda mais”, avalia Costa.

Ainda de acordo com a professora de Enfermagem, a população idosa do Vale, de modo geral, leva uma vida simples e satisfatória. “Estar feliz é fundamental para viver mais.”

Expectativa de vida no Vale é de
79,17 anos

Estimativa supera a média estadual de
77,26 anos

Região figura entre as
seis melhores no ranking

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