Dois exemplos locais de persistência e superação nos negócios retratam os dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, do Sebrae RS, em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).
A microempreendedora Simoni Moreira Rodrigues, de Lajeado, percebeu na mudança dos hábitos de consumo, durante a pandemia, uma oportunidade de oferecer novos serviços. Deixou de vender tendência, para vender praticidade e conforto.
“Passei a fazer consultoria de estilo. Por meio de chamadas em vídeo no WhatsApp, organizo malas de roupas de acordo com o perfil e entrego direto na casa do cliente”, conta Rodrigues. Com esta iniciativa, não percebeu impactos negativos nas vendas.
No caso do empresário Cleibler Jair Mattuella, de Imigrante, a superação não foi devido à pandemia, mas por conta de um incêndio, em outubro de 2019, que destruiu todo o prédio, gerando prejuízo aproximado de R$ 800 mil.
“Tivemos que reconstruir a fábrica de velas do zero. Contamos com a ajuda da comunidade para comprarmos os tijolos, ganhamos o telhado e o concreto”, relata o empreendedor. Retomaram as atividades em maio do ano passado, justamente quando a maioria do comércio estava passando por dificuldades por conta da pandemia.
O período não foi fácil, mas Mattuella conseguiu recontratar oito dos 12 vendedores que trabalhavam na empresa. Além disso, o e-commerce foi reativado, proporcionando as vendas, e a loja física pode voltar a funcionar.
Dados da pesquisa
Em sua terceira edição, a pesquisa do Sebrae mostrou que, em 2020, a taxa de empreendedorismo do Rio Grande do Sul foi de 36,5%, indicando que, aproximadamente, um em cada três gaúchos estava envolvido com alguma atividade empreendedora (em 2018 esse percentual era de 31,6%.)
Este dado corresponde a um total de 2,7 milhões de pessoas, com idades entre 18 e 64 anos. A taxa dos empreendimentos em estágio inicial (TEA), que engloba as subcategorias de nascentes e novos, foi de 22,1%, o que equivale a aproximadamente 1,7 milhões de adultos envolvidos em atividades empreendedoras iniciais em 2020, no Rio Grande do Sul.
“Em relação à taxa geral de empreendedorismo, podemos perceber que o efeito da pandemia sobre os negócios estabelecidos no Rio Grande do Sul foi menos severo do que o da média brasileira”, avalia o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.