“O Pro_Move dará resultados em 15, 20 anos”

Desenvolvimento

“O Pro_Move dará resultados em 15, 20 anos”

Superintendente do Tecnopuc, Jorge Audy destacou o movimento de inovação em Lajeado, que precisa ser pensado a longo prazo. Em evento da Acil, também apontou necessidade de criação de ambientes favoráveis para segurar talentos no país

“O Pro_Move dará resultados em 15, 20 anos”
Troca de experiências entre movimentos de inovação de Lajeado e Porto Alegre foi um dos pontos da reunião (Foto: Mateus Souza)
Vale do Taquari

Criar ambientes favoráveis para a inovação é um dos grandes desafios dentro das empresas e também nas próprias cidades. Neste contexto, três ferramentas são fundamentais: conhecimento, criatividade e coragem. É o que atesta Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento do Parque Científico e Tecnológico da PUC-RS (Tecnopuc).

Audy foi o convidado da reunião-almoço de ontem, promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). Ele explanou sobre a importância da construção de visões de futuro compartilhadas, tendo nos ecossistemas de inovação e no empreendedorismo receitas para as estratégias de desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental.

Também fez uma troca de experiências com o público, ao falar sobre o Pacto Alegre, movimento de inovação da capital gaúcha estruturado a partir da aliança entre três universidades: PUC-RS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos). Disse ter convergências com o que prega o Pro_Move Lajeado, dentro de sua realidade.

“O modelo que desenvolvemos em Porto Alegre é muito parecido ao Pro_Move em termos de propósito, articulação e envolvimento da comunidade. Há tempos trocamos experiência, falando do que funciona aqui e lá, e o que não funciona”, comenta.

Mudança cultural

Audy lembra que movimentos de inovação podem gerar resultados a curto prazo, mas que uma transformação não ocorre do dia para a noite. “Uma mudança cultural, que se enraíza na comunidade precisa de tempo. A partir disso se cria algo robusto, incorporado à cultura local. O Pro_Move, por exemplo, dará resultados concretos em, no mínimo, 15 a 20 anos.”, explica.

Para ele, entretanto, iniciativas locais são mais viáveis de ser projetadas num curto período. “À nível nacional, são necessários projetos de médio e longo prazo. Vivemos momentos de polarização que não nos ajuda. Em algum momento como nação, teremos que nos dedicar a construir uma visão de futuro, para que tenhamos uma sociedade mais justa, inclusiva e com qualidade de vida”.

Perda de talentos

Ao mesmo tempo em que trouxe bons exemplos de inovação no país e no mundo, Audy alerta para a perda de talentos para países onde existem ambientes mais favoráveis. “Elas estão indo para países que estão muito avançados. Nosso desafio, como nação, é trazer a sociedade para o século 21”, afirma.

Audy, que trabalha na PUCRS há mais de três décadas, acredita ser necessário resolver um importante alicerce para promover a inovação no país: a educação. “Temos só 15% dos nossos jovens em universidades. A Argentina, nossa vizinha, tem quase 40%, por exemplo. Se duplicasse esse número que temos hoje, já seria muito bom, ajudaria a impulsionar nosso país”, opina.

Conexão com o Crie Smart Cities

Antes da palestra, o presidente da Acil, Cristian Bergesch, reforçou a importância da comunidade participar do Crie Smart Cities, evento promovido pela Univates que ocorre a partir da próxima segunda-feira, 23.

“Será um importante momento de discutir as mudanças que queremos para a nossa cidade e como vamos colocá-las em prática”, afirma o empresário. O evento, 100% virtual, terá palestras, oficinas e painéis com convidados locais e de fora.

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