Como surgiu seu interesse pelo stand up comedy?
O interesse surgiu em uma apresentação no teatro em 2014. O que chamou a atenção foi o rapaz que abriu o show, Donato de Oliveira, que me fez perceber que existiam comediantes fazendo stand up aqui no estado. Algo que imagina que só existia em São Paulo e nos grandes centros. Não tinha ainda a certeza que iria fazer apresentações, mas queria estar envolvido com aquela cena de alguma maneira.
Quais são suas referências ou influências no humor?
Do tempo de criança, lembro muito claramente dos Trapalhões, A Praça é Nossa, Chico Anysio, Jô Soares, TV Pirata e Casseta e Planeta. Depois de filmes que me marcaram como: Um tira da pesada, Loucademia de Polícia, Corra que a Polícia vem aí, e os filmes do Jim Carrey da década de 90. E da cena do stand up comedy com certeza gosto de muitos, meus preferidos são: Patrick Maia, Daniel Duncan e a Ursa Malgarizi. Pessoas que já tive a oportunidade de assistir ao vivo e conhecer pessoalmente, acredito que sejam as minhas principais influências e referências.
Como você vê a cena de stand up comedy?
No Brasil vejo de forma muito positiva. Com alguns centros bem desenvolvidos, como é o caso de São Paulo, onde talvez tenha a cena mais forte e estabelecida. Agora no nosso estado e na nossa região especificamente, vejo com muito potencial de crescimento para todos os envolvidos: bares, teatros, comediantes, roteiristas, produtores e o público.
Como é começar algo novo aos 38 anos?
O desafio de iniciar algo novo, independente da idade, é motivador. Participar do processo, se envolver, ajudar e ser ajudado, é muito legal e gratificante. Se reinventar, ser testado, ao mesmo tempo que provoca aquele medo inicial da incerteza, também dá uma sensação muito boa em encarar o novo desafio.
Como você se sente quando está no palco?
Tive poucas oportunidades e tempo no palco porque ainda sou “open mic” (iniciante), então é um sentimento que está sendo construído. Ao mesmo tempo que é muito legal e gratificante falar algo no palco e despertar o riso na plateia, também é desafiador dizer algo e não provocar o riso, apenas o constrangimento e entender porque aquilo ocorreu. Estou gostando muito de todo o processo, aprendendo bastante.
Como é teu processo criativo para escrever tuas apresentações?
Como o stand up é algo autoral, procuro sempre ter papel e caneta por perto, nunca se sabe quando uma ideia surge. Anoto tudo que imagino potencialmente engraçado durante o dia e à noite procuro desenvolver o que foi registrado durante o dia. Muita coisa não rende e se perde, um percentual bem menor é aproveitado, mas faz parte do processo, desapegar de algumas piadas não tão engraçadas. Ter ajuda de outros comediantes para desenvolver o material e melhorá-lo também é muito importante.