Os prefeitos de Arroio do Meio, Danilo Bruxel, e de Colinas, Sandro Herrmann, viajaram a Brasília para apresentar o plano de construção de uma ponte entre as duas cidades. Os gestores se reuniram na semana passada com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para pedir apoio federal ao projeto.
Para Bruxel, a obra só será possível com verba proveniente da União. “Para fazer essa ponte nós precisamos de um aporte financeiro, de um recurso federal”, afirma.
O prefeito de Arroio do Meio acredita que o trajeto será um caminho alternativo entre a Serra Gaúcha, o Vale do Taquari e Porto Alegre. “Muito se falou em outros locais, mas nós defendemos que seja entre Arroio do Meio e Colinas, uma vez que vai desafogar, inclusive, a BR-386. É um caminho alternativo, da Serra para Capital”.
Em relação às cidades da região, Bruxel acredita que o tráfego de Arroio do Meio e Lajeado seria beneficiado pela obra. O projeto ainda é embrionário, mas os primeiros reconhecimentos de terreno já foram feitos. “É uma proposta. Nós temos estudos prévios, mas ainda precisamos fazer um estudo de viabilidade. Estamos em contato com os engenheiros”, conta Bruxel.
O acidente que vitimou, em março deste ano, o condutor de um caminhão e inviabilizou a passagem sobre o Arroio Boa Vista, na BR-386, intensificaram o debate sobre a ponte entre Arroio do Meio e Colinas. De acordo com Herrmann, porém, as conversas já haviam iniciado no ano passado.
“Não é apenas uma ligação entre Colinas e Arroio do Meio. Vai beneficiar o Vale do Taquari, para o tráfego de cargas e também deslocamento de turistas”, projeta.
Ainda que seja um projeto a longo prazo, a ponte pretende explorar o potencial turístico regional. Seria uma ligação a novos empreendimentos como a Rota do Pão e do Vinho, entre o Vale dos Vinhedos e a região alta do Vale, e em especial, o Cristo Protetor de Encantado.
Passo do Corvo
Os prefeitos defendem Passo do Corvo como o melhor local para a instalação da ponte. A largura do rio e a incidência de alagamento das estradas foram fatores levados em conta.
A comunidade se anima com a possibilidade de uma passagem para Colinas – que já foi chamada de Corvo. Ainda no século 19, uma balsa fazia a travessia da Fazenda São Caetano, um dos primeiros pontos colonizados em Arroio do Meio, para Corvo. A embarcação continuou até os anos 1970.
Agricultor em Passo do Corvo, Telmo Shcmitz, 69, lembra da balsa durante a sua infância. “As pessoas daqui iam muito a Colinas para fazer compras”, relata. Pouco antes de ser extinguida, a balsa já estava deteriorada. “Estava muito velha, era uma balsa de madeira. Nenhum dos municípios teve interesse de manter na época”.