O estacionamento rotativo pago é fundamental para a área central e comercial de Lajeado. Mas o sistema apresenta um índice de 40% de inadimplência. E já foi pior. O fato de quase metade dos usuários não pagar pelo serviço é extremamente danoso para o modelo implantado faz décadas na cidade, e que nos últimos anos recebeu altos investimentos em novas tecnologias que facilitam o pagamento da tarifa. Acima de tudo, é preciso um respeito maior por parte do contribuinte.
Respeito ao rotativo II
É visível a falta de respeito por parte dos motoristas. E não estou me referindo às recorrentes agressões físicas e verbais sofridas pelos cobradores da Stacione Rotativo. Eu me refiro ao desdém de boa parte dos usuários que utilizam as vagas azuis no centro da cidade, que fazem pouco caso da cobrança e parecem não ligar para as (poucas) consequências do calote. Aliás, a falta de punições exemplares é responsabilidade do Departamento de Trânsito da prefeitura.
Respeito ao rotativo III
Mas o problema é amplo e a multa (ou guincho) não é a salvação da lavoura. É necessária uma mudança cultural na sociedade. Os parquímetros, por exemplo, foram instalados há mais de cinco anos e ainda não caíram nas graças dos lajeadenses e visitantes de outras cidades. Hoje, 88% dos usuários do sistema de estacionamento rotativo de Lajeado ainda procura os cobradores para quitar a tarifa, e a arrecadação com os 18 aparelhos de auto-atendimento não chega a R$ 2 mil mensais.
Respeito ao rotativo IV
É uma sucessão de problemas: inadimplência, falta de cultura e, ainda, a insuficiência da própria empresa para atender toda a área azul demarcada na cidade. É recorrente a situação de veículos estacionados que não são cobrados. Diante disso, a administração municipal não pretende aprovar o aumento de R$ 0,40 na tarifa sem antes analisar a fundo o contrato e comparar com outros modelos no Estado, inclusive em cidades onde o serviço também é gerenciado pela Stacione Rotativo.
Respeito ao rotativo V
Em Carazinho, o serviço é realizado pela Stacione e a tarifa é de R$ 1,60 por hora e a outorga é de 10%. Em Lajeado, a outorga é de 17,8% (o edital de licitação cobrava no mínimo 15%) e a tarifa atual é R$ 2,20. Em junho passado, o governo de Lajeado voltou a autorizar o parcelamento de débitos referentes aos atrasos da outorga (acumulado de R$ 180 mil), que em média custa entre R$ 35 mil e R$ 40 mil mensais aos cofres da empresa. Hoje, a empresa ainda não quitou o valor de junho.
Respeito ao rotativo VI
A Stacione Rotativo promete um novo modelo a partir da próxima semana. E a concessão acaba em 2024. Sobre isso, os estudos da Parceria Público-Privada para a Iluminação Pública Inteligente citam a implantação de um projeto de “smart parking”. Logo, não se descarta que possa surgir um novo modelo nos próximos anos, e cuja tendência é a extinção das funções de cobradores físicos e a aposta em modelos mais tecnológicos e automatizados, com a promessa de tarifas mais baratas.
Cultura e consciência
A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Lajeado programa uma incitadora caminhada neste sábado. O objetivo do passeio guiado é “resgatar a memória cultural afetiva e conhecer a história cultural e arquitetônica de Lajeado”. Também será uma excelente oportunidade para a comunidade local perceber a ausência de boa parte do nosso rico patrimônio histórico, destruído ao longo dos últimos anos. O passeio inicia às 9h, em frente à Casa de Cultura, o único prédio tombado na principal cidade do Vale do Taquari. 
Ruas e logradouros
Em Encantado, a Câmara de Vereadores estuda a criação de uma Comissão Especial para nomear ruas e travessas do município.
Futuro da E-Log
O Conselho de Administração da Empresa Pública de Logística Estrela (E-Log) está quase fechado. A CACIS indica o empresário Henrique Purper, a CIC/VT vai indicar Rafael Fontana, e a Câmara de Vereadores deve sugerir Volnei Zancanaro (PSL). O Executivo municipal ainda não definiu a sua indicação, que será por consequência o presidente do conselho. A tendência é o prefeito Elmar Schneider (PTB) indicar um empresário que não ocupa cargo público, e com experiência no setor rodoviário. E a provável nomeação do ex-prefeito Rafael Mallmann para a Direção Executivo da E-Log ainda é tratada com discrição.
