Uma nova reunião na próxima semana pode definir os próximos 30 anos das condições da infraestrutura viária regional. Comitiva de prefeitos do Vale do Taquari vai à capital nesta segunda-feira tentar buscar consensos junto à alta cúpula do Piratini sobre o local das praças de pedágios no plano de concessões das rodovias estaduais.
Os gestores de Encantado, Arroio do Meio, Lajeado, Cruzeiro do Sul e Mato Leitão se reúnem com os secretários de Parcerias e de Gestão e Governança para avançar nas tratativas acerca do plano, com foco específico na definição do local de cobrança. O grupo defende que os municípios que sediarão as praças de pedágios tenham ao menos um mecanismo de compensação financeira.
Desde que o Estado anunciou a estratégia de repassar à iniciativa privada mais de 1,1 mil quilômetros, o Vale do Taquari está mobilizado para elencar as prioridades regionais e sensibilizar o Piratini sobre as demandas locais. Além da posição das praças, outros aspectos também preocupam os líderes locais e tensionam relações entre Estado e organizações representativas.
O entendimento é que o processo segue em compasso acelerado, sem permitir uma efetiva construção coletiva. A perspectiva de consolidação do formato em dezembro, com implantação do novo sistema já no início de 2022, parece açodado e dificulta a participação social para a elaboração do modelo. Há pontos de divergência relevantes a serem considerados pelo Piratini.
Entre os impasses, destaque para a resistência quanto à forma de escolha da empresa concessionária. A tarifa e outorga (pagamento antecipado da empresa vencedora do leilão ao Estado) é tema de embate. Pelos argumentos do governo, se trata do modelo usado nas rodovias federais, como uma forma de garantir homogeneidade nas tarifas.
O imbróglio não é fácil de ser resolvido. Que as estradas precisam ser concedidas, há um grande consenso. No entanto, as condições da concessão que vai vigorar pelos próximos 30 anos não podem ser verticalizadas, nem definidas em tão pouco tempo.
