Um projeto para ampliação do cemitério municipal foi protocolado semana passada na câmara de vereadores. A proposta pede R$ 507 mil para construção de 256 gavetas e 44 ossuários.
Desde 2016, uma lei municipal não permite que os corpos sejam enterrados no chão. Nos cinco anos, 650 corpos foram alocados nas gavetas em quatro blocos. Responsável pelo cemitério municipal e servidor da Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas), André Martinelli, espera realocar as ossadas do bloco cinco ainda neste mês.
As famílias dos mortos precisam arcar com R$ 746,40 pela sepultura. O valor pode ser parcelado em seis meses e o contrato vale por cinco anos.
Após o período, a renovação de três anos da locação das gavetas custa R$ 447,84. O corpo dos familiares que não renovarem a sepultura vai aos ossuários.
O município busca famílias de 25 mortos, identificados em edital, publicado em maio. Outros 14 corpos não foram identificados. Um mês após o pedido de reconhecimento dos mortos, a exumação pode ser feita sem o consentimento da família.
Comunidade reclama de descaso
No dia dos pais, o morador do bairro São Bento, Juciel Vedoy Padilha, foi visitar os avós no cemitério municipal. Ele reclama de animais mortos, sujeira e abandono. “O cheiro de carniça estava tão forte que não conseguimos ficar por dez minutos”, relata.
O incômodo fez o vereador Jones Barbosa da Silva (MDB) pedir providências à Sthas. “Eu solicitei a manutenção e a limpeza de todo o cemitério municipal. Tem muito resto de obra que tem que ser tirado de lá”.
Servidor responsável pelo cemitério reconhece que os tijolos deveriam ser removidos após a abertura das covas para exumação dos corpo. Ele pede o engajamento da comunidade para manter o local limpo. “Após limpar a sepultura dos familiares, as pessoas têm que levar os resíduos embora”.
O município roça o terreno uma vez por mês durante o verão. A avaliação da Sthas é de que, no inverno, não há necessidade do corte mensal da grama.