Município prepara exumação e busca famílias de 39 mortos

Lajeado

Município prepara exumação e busca famílias de 39 mortos

Corpos enterrados no bloco cinco do cemitério da Travessa da Paz serão retirados do chão e sepultados em gavetas. Pedido de recurso de R$ 507 mil para melhorias foi protocolado na câmara

Município prepara exumação e busca famílias de 39 mortos
Município pede ajuda da comunidade para manter cemitério limpo (Foto: Ramiro Brites)
Lajeado

Um projeto para ampliação do cemitério municipal foi protocolado semana passada na câmara de vereadores. A proposta pede R$ 507 mil para construção de 256 gavetas e 44 ossuários.

Desde 2016, uma lei municipal não permite que os corpos sejam enterrados no chão. Nos cinco anos, 650 corpos foram alocados nas gavetas em quatro blocos. Responsável pelo cemitério municipal e servidor da Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas), André Martinelli, espera realocar as ossadas do bloco cinco ainda neste mês.

As famílias dos mortos precisam arcar com R$ 746,40 pela sepultura. O valor pode ser parcelado em seis meses e o contrato vale por cinco anos.

Após o período, a renovação de três anos da locação das gavetas custa R$ 447,84. O corpo dos familiares que não renovarem a sepultura vai aos ossuários.

O município busca famílias de 25 mortos, identificados em edital, publicado em maio. Outros 14 corpos não foram identificados. Um mês após o pedido de reconhecimento dos mortos, a exumação pode ser feita sem o consentimento da família.

Comunidade reclama de descaso

No dia dos pais, o morador do bairro São Bento, Juciel Vedoy Padilha, foi visitar os avós no cemitério municipal. Ele reclama de animais mortos, sujeira e abandono. “O cheiro de carniça estava tão forte que não conseguimos ficar por dez minutos”, relata.
O incômodo fez o vereador Jones Barbosa da Silva (MDB) pedir providências à Sthas. “Eu solicitei a manutenção e a limpeza de todo o cemitério municipal. Tem muito resto de obra que tem que ser tirado de lá”.

Servidor responsável pelo cemitério reconhece que os tijolos deveriam ser removidos após a abertura das covas para exumação dos corpo. Ele pede o engajamento da comunidade para manter o local limpo. “Após limpar a sepultura dos familiares, as pessoas têm que levar os resíduos embora”.

O município roça o terreno uma vez por mês durante o verão. A avaliação da Sthas é de que, no inverno, não há necessidade do corte mensal da grama.

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