Alta das exportações abre oportunidades ao Vale

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Alta das exportações abre oportunidades ao Vale

Carnes e soja contribuíram para o melhor desempenho desde 2013. Resultado encoraja indústrias de aves e suínos à expansão

Alta das exportações abre oportunidades ao Vale
Crédito: Divulgação
Vale do Taquari

Um dos setores de maior expressão no Vale do Taquari, o agronegócio soma bons resultados no segundo trimestre e impulsiona a retomada econômica para o próximo período. Soja e carnes puxam alta de 42% em valor nas exportações gaúchas, conforme dados do Departamento de Economia e Estatística (DEE).

No segmento de carnes, aves e suínos obtiveram o melhor desempenho. O cenário positivo acompanha as propostas de investimentos na região. A empresa BRF anunciou ampliação da unidade em Lajeado, enquanto que as cooperativas Dália e Languiru atuam na expansão de suas operações.

Neste sentido, o Vale se consolida na produção e processamento de proteína animal. Conforme o presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC Vale do Taquari), Ivandro Rosa, a região ocupa posição de destaque no estado.

Na sua análise, aponta a importância do aumento das exportações para desenvolver a economia local. “Esse desempenho extremamente positivo injeta recursos, abre vagas de trabalho e faz a economia girar. Traz maior segurança à cadeia produtiva por não depender tanto do mercado interno”, comenta o presidente da CIC.

Por outro lado, exportar soja sem processar e agregar valor traz preocupação. “Apenas vender o grão para outros países reduz estoques para a alimentação dos plantéis e reflete nos custos de produção”, alerta Rosa.

Ele observa a necessidade de iniciativas para processar milho e soja, gerar emprego e retorno econômico à região. “A produção de grãos é uma área com grande potencial, precisamos aproveitar melhor e avançar nestes mercados, além de melhorar custos logísticos”, completa.

Empregos no agronegócio

O primeiro semestre fechou com saldo negativo de empregos formais, conforme aponta o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação (Stica). No entanto, a perspectiva é de novas contratações e retomada de produção em plantas que reduziram o abate de aves no início do ano.

De acordo com o presidente do sindicato, Pedro Mallmann, dos 300 postos de trabalho fechados, 140 novas vagas foram criadas ainda no primeiro semestre. Esses dados correspondem a área de Estrela, Colinas, Bom Retiro do Sul, Fazenda Vilanova, Imigrante, Teutônia e Westfália.

“Uma das unidades de abate vai retomar a partir da próxima semana o turno da noite, repondo os profissionais inicialmente afastados. Além disso, empresas de outras regiões ampliaram o transporte e oferta de vagas no Vale”, comenta Mallmann.

Os dados estaduais também registraram saldo negativo de empregos formais no agronegócio. As 38.782 admissões foram inferiores ao desligamento de 45.112 trabalhadores. A perda de emprego no segundo semestre atinge 6.330 profissionais com carteira assinada. Em 2020, no mesmo período, o saldo foi negativo em 10.332 empregos.

Exportações gaúchas

As exportações do agronegócio do RS somaram 4,5 bilhões de dólares, cerca de R$ 24 bilhões, no segundo trimestre. Em termos absolutos, o incremento foi de 1,4 bilhão de dólares, o que garantiu o segundo melhor trimestre em vendas do Estado desde o início da série histórica, em 1997, perdendo apenas para o terceiro trimestre de 2013.

No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, a alta nas exportações gaúchas do agronegócio foi de 30,5% em valor na comparação com o primeiro semestre de 2020. Conforme o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, os números indicam a retomada do setor.

 

“Durante a pandemia notamos expressiva recuperação na exportação, voltando a patamares anteriores a 2017. O mercado externo é vital, pois não conseguimos absorver o volume demandado no país”, observa o presidente da Asgav.

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