Impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Esse é o objetivo do Prodel. Os meios para alcançar essa meta passa pela análise do município. A partir disso, a organização traça as potencialidades, oportunidades e carências de Encantado.
O diagnóstico dessas condições é o primeiro passo para a criação de um conselho, responsável por definir como o programa irá se desdobrar. A partir desse estudo, grupos de trabalho formados por especialistas vão elaborar projetos a fim de combater as vulnerabilidades e potencializar os pontos positivos.
A iniciativa partiu da Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-E), na busca de alternativas para o enfrentamento da pandemia. “Começamos a identificar que muitos municípios conseguiam superar essas dificuldades com ações que afetavam menos a questão econômica e social dos associados e da comunidade”, diz a presidente, Maria Cristina Buffon Castoldi. Foi quando surgiu o Comitê do Futuro, em junho de 2020, formado por líderes voluntários de diversos setores. “Percebemos que Encantado precisava pensar num programa de desenvolvimento local”, completa.
Caminho para o amanhã
O Prodel é a primeira iniciativa do Comitê do Futuro. O projeto tem a parceria da Federasul, e apresenta quatro eixos de ação: educação empreendedora, inovação, turismo e ambiente empresarial.
Foram feitas 91 entrevistas com líderes atuantes no setor público, no setor produtivo e da sociedade civil organizada para a elaboração do diagnóstico. As perguntas trataram de temas como: economia, mercado, infraestrutura do município, capital humano, normas sociais, governo e liderança, economia verde e igualdade de gênero. Então, além de dados do IBGE, o estudo apresenta a percepção dos consultores do Prodel.
Para a representante do Comitê do Futuro, Ana Paula Graciola, o Prodel veio para unir. “O conselho da Aci-E se debruçou para tomar uma decisão assertiva para o município, isso foi muito importante, para termos segurança. Isso começou a despertar nos empresários uma vontade de fazer diferente”, afirma. Ela destaca que o desafio perpassa a gestão pública, com o desenvolvimento de leis que permitam o planejamento a longo prazo.
Prefeito Jonas Calvi apresentou o estudo do programa. Para ele, apontamentos ajudam a gestão pública a tomar melhores decisões (Foto: Divulgação)
“Nós abraçamos esse projeto”
Para o prefeito de Encantado, Jonas Calvi, o Prodel vai dar certo. Afirma que as demandas e deficiências apontadas no estudo já estão em análise pelo Executivo. “Com o diagnóstico do Prodel, conseguimos abrir para mais pessoas poderem ajudar a resolver esses problemas do município”. Para Calvi, o diagnóstico ajuda na tomada de decisão da administração, embasada em dados.
Percepções
Dados do estudo apontam que a população do município cresceu pouco desde 1991. No entanto, houve uma redução da população rural em relação à urbana de 25,8% para 12,8%. O estudo aponta a oportunidade de desenvolvimento do agronegócio com asfaltamentos, melhoria do sinal de internet no interior e uma conexão do agroturismo com o Cristo Protetor.
Entre os pontos fortes do estudo, está a qualidade de vida. “Mesmo assim, é o nosso maior objetivo a melhorar”, garante o representante do Comitê do Futuro, Felipe Klunk. O novo ambiente para a coletividade e a retomada do senso de pertencimento são fatores positivos destacados no estudo. Entre as fragilidades, constam aspectos como: saneamento básico, ausência de coleta seletiva de lixo, falta de profissionais qualificados e ausência de políticas públicas para o desenvolvimento local.
Próximos passos
A partir do diagnóstico, Castoldi projeta as próximas ações do Prodel. “Percebemos que pontos o estudo indica como potencialidades do município já vem tendo ações da administração pública. Mas ao mesmo tempo, temos vulnerabilidades que precisam ser trabalhadas”, realça.
Para Castoldi, a qualificação da mão de obra é um fator fundamental a ser trabalhado desde o Ensino Básico, com foco no empreendedorismo e na inovação, sem deixar de formar mão de obra capacitada nas empresas. O turismo se destaca dentro da potencialidade, além do comércio, o serviço e a agropecuária. “Não podemos abandonar os demais setores em função do turismo”, acrescenta.
