Pouco tempo e muitas dúvidas

Novo Ensino Médio

Pouco tempo e muitas dúvidas

Das 41 instituições da rede estadual, dez integraram projetos piloto para reestruturação do ensino. Dificuldades impostas pela pandemia, interrupção no preparo dos professores e atividades práticas fora são barreiras às escolas

Pouco tempo e muitas dúvidas
(Foto: Arquivo A Hora)
Brasil

A nova metodologia do Ensino Médio entra em vigor no próximo ano e desafia a uma reestruturação em todas as redes de ensino. Nas instituições do Estado, o momento é de dúvidas e de preocupação.

Dentro da área de atuação da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), dos 41 colégios com Ensino Médio, dez integraram os projetos piloto. Entre eles, a Vidal de Negreiros, de Estrela.

Conforme o diretor, Joel Mallmann, a adaptação do currículo começou em 2019. Com a chegada da pandemia, o fechamento das escolas e as aulas remotas, houve prejuízos à continuidade do Novo Ensino Médio, diz.

“Foi um baque para todos. Toda a dinâmica de trabalhar a distância deixou o Novo Ensino Médio um pouco de lado”, avalia. Para atender os critérios exigidos, houve uma mudança no currículo e na carga horária.

“Não há como sabermos os resultados dessas mudanças. Em 2019 houve muitas formações presenciais. Depois a urgência foi outra, de nos prepararmos para as aulas remotas. Penso ser necessário mais tempo para implementar essas mudanças”, destaca Mallmann.

O Novo Ensino Médio prevê maior carga horária e diferentes possibilidades de formação. Pelo modelo, o aluno escolhe quais áreas do conhecimento irá se aprofundar.

A implementação será forma progressiva a partir do próximo ano, com as 1ª séries do Ensino Médio. Em 2023 com as 1ª e 2ª séries e completando o ciclo de implementação nas três séries do ensino médio em 2024.

“Temos o formato. Faltam as atividades externas”

Na única escola de Ensino Médio de Westfália, a pandemia interferiu nas visitas às empresas para os projetos. “Temos o formato. A linha teórica conseguimos aplicar. Faltam as atividades externas”, frisa o diretor Gilmar Batista Grunevald. Por ser uma escola pequena, com 70 alunos e oito professores, apenas para Ensino Médio, há mais facilidade para implementar as mudanças, condiciona o diretor.

Ainda assim, ressalta a importância em ampliar as propostas de atividades, os chamados itinerários. Hoje a comunidade escolar de Westfália escolheu a área de Ciências Humanas e Linguagens.

“Se quisermos ofertar disciplinas como projeto de vida, por exemplo, precisaríamos de professores com conhecimento nesse tipo de aula”, avalia.

Semestre voltado à formação

A coordenadora pedagógica da 3ª Coordenadoria Regional de Educação, Regiane Mallmann, reconhece a dificuldade imposta pela pandemia. No entanto, condiciona: “todas as escolas e redes de ensino sofreram com dificuldades semelhantes. Tiveram de se adaptar ao ensino em casa.”

De acordo com ela, houve a necessidade de interromper o preparo direcionado para o Novo Ensino Médio. Pelo cronograma da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a preparação das escolas será reforçada neste segundo semestre.

“O Novo Ensino Médio tem por objetivo colocar o jovem no centro da vida escolar, de modo a promover uma aprendizagem com maior profundidade e que estimule o seu desenvolvimento integral”, afirma.

A carga horária total é definida com o mínimo de 3 mil horas, sendo 1,8 mil serão destinadas à Formação Básica e 1,2 mil de Itinerário Formativo ao longo do Ensino Médio.

As temáticas ofertadas pela rede Pública Estadual de Ensino são: Cidadania e Gênero; Educação Financeira; Empreendedorismo; Expressão Corporal; Expressão Cultural; Profissões; Relações Interpessoais; Saúde; Sustentabilidade e Tecnologia.

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