Um homem honesto, que amava a família e tinha muita fé. Essa é a lembrança que fica do artista plástico Edison Paulo Werlang Mayer, que morreu no último sábado, 7, aos 76 anos. Ele teve uma infecção generalizada após passar por cirurgia na coluna devido a uma fratura. O sepultamento foi no domingo, no Cemitério Católico de Estrela, no jazigo da família. Morador de Lajeado, era conhecido pela criatividade e tem quadros em muitas casas da região, do país e fora dele.
Natural de Porto Alegre, veio a Estrela com os pais aos 11 anos. Aos 14, já demonstrava aptidão para pintar, e ensaiava algumas criações com restos de tinta de parede utilizadas pelo pai. Seu primeiro quadro foi o desenho de um castelo e um céu escuro.
Um dos filhos, Jeferson Mayer, 45, conta que o pai era autodidata e também aprendeu a tocar instrumentos musicais. Entre eles, o piano. Quando fez 18 anos, formou um conjunto musical chamado Star’s, ao lado do irmão, de um primo e um amigo de infância.
Edison se formou como técnico em contabilidade e aos 21 anos passou com uma boa colocação em um concurso para o Banco do Brasil. Depois de sete anos na agência, pediu demissão para se dedicar à pintura. “Com a pintura dele, o pai conheceu o Brasil inteiro. Viajou e fez exposições”, conta Jeferson.
Nessa época, já morava em Lajeado. Uma de suas últimas exposições foi no “1° Cultur-Arte e Caridade”, evento beneficente relacionado às artes plásticas, entre maio e junho deste ano no Shopping do município. Segundo o filho, ele também produziu o painel que fica em cima do piano na Univates, com uma figura que retrata o início da instituição.
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Quadro Ponte com Flores (Foto: Edison Mayer)
As obras de Edison também foram a países como a Espanha, Estados Unidos, Londres, e França. Muitas autoridades receberam seus quadros. Entre eles, o ex-presidente Ernesto Geisel, e presidentes das antigas fumageiras de Santa Cruz do Sul.
“Um dos clientes, um ex-presidente de uma fumageira, adquiriu mais de 40 obras do pai, ele morava em Santa Catarina, e os quadros eram mandados para lá”, conta Jeferson. Cada pintura era única e pensada na hora da produção.
Edison gostava de retratar as paisagens do RS, em especial da serra gaúcha. Ele levava entre três dias e uma semana para criar um quadro. Também produziu retratos e outras encomendas. O artista mantinha um blog pessoal criado em 2008, em que divulgou algumas de suas obras.
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Pintura Rancho com pinheiros (Foto: Edison Mayer)
Pai presente e avô amigo
“Ele vinha três vezes por semana na minha casa. Vinha tomar chimarrão e ficava para jantar. Era muito ligado à família e vivia grudado nos netos”, destaca Jeferson. O pai era evangélico e tinha muita fé em Deus.
Como legado, Edison deixou à família a sabedoria, os princípios e valores em que acreditava. O filho mais velho do artista, Juliano Mayer, 50, também herdou o talento do pai pela pintura.
“O pai era um homem honesto e íntegro, nos deixa todos os ensinamentos”, diz Jeferson. O artista deixa cinco filhos e seis netos.
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Obra chamada Vila das Flores (Foto: Edison Mayer)