De tempos em tempos, temos a recorrência de assuntos ligados ao meio ambiente, de volta à mídia. Fala-se de aquecimento global em escala mais acelerada que o previsto, ou em desmatamento, crise hídrica, enchentes, piranhas no Taquari. Enfim, assuntos que nos afetam de um modo ou outro e que de certa forma, ameaçam nosso futuro. Vivemos inseridos no contexto. Estamos no ambiente natural de várias formas. Precisamos de água. E a usamos muito. Precisamos de terras para cultivo e criação. E usamos muito. Realizamos obras em áreas inadequadas que descobrimos depois serem risco. E assim por diante.
Na medida em que consumimos os recursos do planeta, sem criar uma estratégia para o desenvolvimento sustentável, comprometemos o futuro nosso e de outras gerações. O descaso com nossos rios, o manejo inadequado do lixo e do esgoto, a ocupação de áreas sucessíveis, como banhados ou mangues, trazem consequências e que agora vamos percebendo como é difícil de solucionar.
Na ânsia de crescer, de desenvolver a qualquer custo, gerar riqueza de qualquer forma, vamos criando um passivo ambiental, vamos “entrando no cheque-especial” do planeta, em crescente endividamento difícil de pagar.
A expansão da fronteira humana para dentro de áreas selvagens traz riscos claros e outros nem tanto. A recente pandemia de covid-19 possivelmente é consequência dessa expansão, fazendo contato homem/vírus acontecer e, como consequência, 560 mil mortos no Brasil.
Provavelmente o uso exagerado/inadequado de recursos hídricos aliados à variação climática não previstos nos trouxeram desafios na geração de energia e todos estamos pagando por isso.
Destruição de matas nativas, até pouco tempo preservadas, tem consumido riquezas de forma primitiva e não nos dando oportunidade de compreender a dimensão do valor disso que está sendo destruído.
Sempre ouvi dizer que prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Não seria o caso de sermos prudentes neste assunto? De usar a cautela como guia e não lucro? É claro que o lucro, o desenvolvimento e o crescimento da atividade econômica são importantes. Mas não estamos nós, matando a galinha dos ovos de ouro?
Revisar o processo não seria mais inteligente e garantiria um futuro mais certo? E o que podemos dizer da qualidade de vida?
A qualidade de vida está ligada à qualidade do ambiente que nos cerca.
Há alguns dias estivemos no município de Santa Clara do Sul, onde conhecemos o projeto de agricultura ecológica. Além de criar renda, produzir alimentos saudáveis, sem agrotóxico e manejo saudável, preservará o solo e os rios. Não será essa a saúde? Cuidando do mundo que nos cerca, diminuindo nossa “pagada ” diária no planeta, não contribuímos para uma vida melhor, mais saudável. Enfim, cuidando do mundo que nos cerca, cuidando da água que usamos, dando o destino certo ao lixo, ao esgoto e nos alimentando de forma saudável, não estamos vivendo de forma mais plena?
Viva plenamente.
A responsabilidade é de todos.