Diferentes histórias de vida que têm uma coisa em comum: a superação. Mulheres vítimas de violência encontram no Centro de Referência e Atendimento à Mulher de Lajeado uma rede de suporte. Essa é a porta de entrada do serviço de conversa, suporte e orientação.
Desde o início de suas atividades, em 2016, cerca de 280 mulheres passaram pelo Centro. Uma destas usuárias terminou há cerca de quatro meses o casamento de mais de 20 anos depois de sofrer uma série de ameaças físicas e emocionais.
Ela conta que o processo de criar coragem para denunciar as agressões foi difícil. A cada novo episódio, pensava que ele iria mudar suas atitudes. O desfecho da situação se deu com o apoio da filha, que ao ver a mãe sendo agredida, incentivou e ajudou na denúncia.
Hoje, ela está em processo de superação. O sorriso no rosto e as risadas voltaram a aparecer. “Somos mulheres fortes, guerreiras e trabalhadoras. Depois de tudo o que aconteceu comigo, eu digo às outras mulheres: busquem ajuda, denunciem. Não merecemos ser agredidas, xingadas e humilhadas”.
Atendimento no CRAM
O Centro atua com uma equipe interdisciplinar, formada por uma assistente social, uma assessora jurídica e uma psicóloga. Neste espaço, as mulheres podem contar suas histórias, receber orientações e ajuda para denunciar agressões e solicitar medidas protetivas.
“Procuramos fortalecer e empoderar essas mulheres. Elas vêm de um ciclo de violência doméstica do qual é muito difícil sair. É um trabalho de passos de formiguinha. Mas cada vida que conseguimos tirar desse meio violento, pra nós é uma grande conquista”, destaca Ana Lazaron, coordenadora e assistente jurídica do CRAM.
As mulheres buscam o Centro por iniciativa própria ou encaminhadas por outros serviços, como por via judicial. “Ouvimos e tentamos entender a situação, para ver como podemos ajudar. Cada caso é um caso. Agimos de acordo com a vontade delas”, diz Magda Rigo, assistente social.
As profissionais lembram que a violência contra a mulher pode ser tanto física, quanto sexual, psicológica, patrimonial e moral.
Lei Maria da Penha e Agosto Lilás
A lei nº 11.340, mais conhecida por Lei Maria da Penha, cria mecanismos para impedir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Neste sábado, 07, ela completa 15 anos. Sua importância está no papel de prevenir e punir crimes motivados pela questão de gênero.
Agosto é também lembrado pela cor lilás como mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres.