Do apagão de 2001 até agora, o país avançou na geração de energia. Aumentou em 108% as linhas de transmissão e adotou projetos alternativos, com produção por meio do sistema eólico, solar e de biomassa. Ainda assim, nem todo o potencial ainda foi explorado e, mais uma vez, a sociedade se vê diante do risco de racionamento.
Energia elétrica é insumo básico à vida moderna, à economia e para o bem-estar. Com isso em mente, planejar o futuro e garantir o necessário para atender as demandas da sociedade deve ingressar o campo das áreas prioritárias para qualquer governo.
Algumas barreiras, por vezes ideológicas, criaram barreiras para a instalação de hidrelétricas. O modelo que usa a força da água para produzir energia é a fortaleza do sistema nacional, mas não pode estar sozinha.
No ano do apagão, as hidrelétricas representavam 83% de toda energia gerada no país. Hoje, esse percentual está em 62%. O país avançou, criou alternativas. Ainda assim, está no uso dessa força da natureza a forma mais sustentável e autônoma para garantir o atendimento das necessidades, seja para o avanço da produção de riquezas ou para o consumo das famílias. Diferente da energia eólica e solar, que dependem de recursos impossíveis de se armazenar.
Neste contexto, entre as brigas ambientais e a instalação de novos projetos hidrelétricos, é preciso encontrar um meio termo. O controle do impacto na natureza deve ser acompanhado por regras claras e por diagnósticos efetivos dos riscos.
Hoje há condições de se ter evidências sobre o que representa determinado empreendimento, sem discursos utópicos, repletos de paradigmas, que mais afastam do que ajudam a resolver. Esse entendimento tem acompanhado os avanços dos últimos dois anos em termos de legislações ambientais no RS.
Ainda assim, há diversas propostas em trâmite nos órgãos de fiscalização. Algumas faz mais de dez anos. No Vale do Taquari, o potencial de geração de energia é enorme. Cada megawatt criado é mais força para todo o sistema nacional. Como resultado, se reduz a instabilidade em caso de crises hídricas como a vivida no centro-oeste do país.