Um impasse se instaura no Legislativo de Encantado. A presidente da câmara, Andresa Cristina de Souza, afirma que a casa não analisará mais projetos do governo enquanto não for ampliado o valor do repasse para a causa animal.
O governo municipal destina hoje o valor mensal de R$ 3 mil para a Associação Encantadense de Defesa Animal (Aeda). O contrato com a entidade foi encerrado em junho e teve assinado um aditivo até o final do ano. A vereadora considera o valor insuficiente para manter todas as atividades do espaço.
“Estamos lutando pela causa que está esquecida há muito tempo. Queremos o básico para poder fazer o melhor trabalho. Se não chegamos ao resultado na conversa, às vezes precisamos ser radicais”, diz a vereadora.
Como alternativas, a parlamentar sugere aumento no valor repassado para a entidade ou a reativação de um contrato com a Pousada do AuAu, espaço que auxiliava a entidade com o serviço de apoio nos primeiros socorros aos animais abandonados e feridos. “Se o contrato não for feito com a Pousada, o valor para a Associação tem que subir muito. Chega a R$10 mil para conseguirem manter tudo o que oferecem”.
Andresa afirma que a “pauta seguirá trancada” até o Executivo apresentar sugestões para o tema.
Resposta do Executivo
O governo municipal confirma que tem uma parceria com a Aeda no valor de R$ 3 mil mensais. Além da Associação, o município afirma ter investido em castrações e outros serviços no contrato com a Pousada do AuAu, com repasse de cerca de R$ 43 mil até o momento. Segundo o Executivo, foram investidos mais de R$ 60 mil para atendimento da causa animal em 2021.
Entre os projetos interditados na câmara, está o repasse de R$ 101 mil para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e a concessão de uso de um imóvel rural de propriedade do município, localizado na Linha Lajeadinho, para a empresa GJ Reciclagem.
Legalidade da medida
Para o cientista político Fredi Camargo, a pessoa que preside a mesa diretora de uma Câmara de Vereadores pode pautar o ritmo das votações nas sessões, desde que isso esteja permitido no seu regimento interno.
“Como ela é da oposição, pode ser um jogo político, já que ela é presidente de um dos poderes. Como a população vai entender isso, cabe uma análise posterior”.