O boletim epidemiológico emitido ontem pela Secretaria de Saúde de Lajeado dá conta de 71 casos ativos de covid-19. O número de pacientes sintomáticos da doença não era tão baixo desde 21 de setembro, quando foram registrados 69 casos ativos.
Para o médico infectologista dos Hospitais Estrela e Bruno Born, de Lajeado, Guilherme Domingues, a imunização dos grupos mais fragilizados propicia uma quebra nas cadeias de contágio.
“A vacinação facilitou a quebrar o ciclo de contaminação. Quando um familiar contraía a doença, toda a família ficava doente. A gente tem visto cada vez menos isso”.
O cenário também surte efeito nos hospitais. As ocupações de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Vale estavam em 76,4, em 23 de julho, e chegou ontem a 59,6%, uma redução de 22% em 10 dias.
“Calmaria nos hospitais”
Acostumados com sobrecarga de trabalho desde março do ano passado, a atual conjuntura é um alívio para as equipes na linha de frente.
A imunidade da população, o avanço das vacinas e os cuidados, como o uso da máscara, são considerados por Domingues, os principais fatores de melhora no quadro. “Em lugares fechados, é muito difícil ver alguém sem máscara. São diversos fatores que contribuem para nós estarmos vivendo esse momento de calmaria”, acrescenta.
Setores que eram dedicados a leitos de internação começam a ser usados para o atendimento de outras enfermidades. Não apenas as UTIs, mas também internações clínicas. Além da liberação de espaço físico, o médico destaca a disponibilidade de insumos. Antes utilizados apenas no tratamento de covid-19, remédios do kit intubação reaparecem no mercado.
Variante delta
Para Domingues, a grande preocupação da saúde pública é a variante delta. O temor é de que haja uma liberação das atividades e os surtos, estabilizados pela vacinação retornem.
“Todo o receio neste momento é em relação a variante Delta. Nos Estados Unidos está em torno de 80 mil a 90 mil casos por dia”.
