Primeiro o aumento na produção industrial com abertura de postos de trabalho. Em seguida, mais movimento no comércio e na demanda por serviços. Como consequência, os dois setores precisam contratar, o que eleva o patamar da geração de vagas de emprego formal.
Esse é o resumo dos últimos três meses quando se avalia o saldo positivo na empregabilidade regional. Pelo menos é o que apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números em termos de admissões e demissões de junho foram apresentados na tarde de ontem. Quando se olha para o recorte dos 38 municípios do Vale, o mês foi o terceiro seguido de saldo positivo, com 577 novas vagas criadas.
O cenário de fechamento dos postos de trabalho e de de aumento do desemprego aos poucos fica para trás. Após o recorde de abril do ano passado, quando foram extintas 2.883 vagas, a indústria, os serviços e o comércio voltam a crescer.
Frente às perdas provocadas pelas restrições às atividades econômicas, quando de abril até dezembro de 2020 se teve um saldo negativo de 1.097, a região se depara com uma realidade de aumento da produtividade.
Nos últimos 12 meses, o saldo positivo de 6.744 representa a superação das perdas vistas com a chegada da covid-19. Para a economista e professora Cintia Agostini, esses indicadores mostram que o Vale passou pelo momento crítico. “Entramos na pandemia antes de outras localidades e conseguimos retomar também com mais rapidez. Tudo devido a adaptação na cadeia de produção dos alimentos”, frisa.
Para ela, agora há uma tendência de mais abertura de vagas. Algo que deve ocorrer nos próximos dois meses. “Ainda não atingimos o pico da empregabilidade. Vamos ainda ter resultados mais positivos para depois haver uma estabilização”, acredita.
Ainda assim, há duas incógnitas: a inflação, que reduz o poder de compra das famílias e também impacta os setores produtivos; além da chegada da variante Delta do coronavírus, pelo fato de não haver conhecimento de como pode interferir sobre a circulação das pessoas e no uso da infraestrutura de atendimento hospitalar.
Análise regional
O presidente da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Ivandro Rosa, ressalta a tendência de evolução na empregabilidade. Para ele, ainda não se alcançou o ápice devido a falta de matéria-prima em algumas linhas de produção.
“A indústria da construção civil, por exemplo, ainda tem carência de materiais, com pedidos atrasados e canteiros parados. Quando houver estabilização nas entregas, teremos abertura de mais postos de trabalho.”, frisa.
Na análise dele, o resultado positivo tem como marca a maior segurança à atuação do comércio e dos serviços. Junto com isso, há uma presença importante das indústrias alimentícias. “Temos a confirmação da retomada, porque está claro que revertemos a tendência de fechamento de vagas”, resume.