Ampliar a oferta de grãos e diversificar a produção agrícola são objetivos da parceria entre Languiru e a Philip Morris Brasil. A aproximação das instituições faz parte do processo de expansão da cooperativa no Vale do Rio Pardo.
Por meio do projeto, produtores de tabaco recebem incentivo para ampliar a área com milho. Essa produção será absorvida pela cooperativa, com ampla demanda de grãos para o segmento de proteína animal.
Além de agregar renda, o plantio do milho contribui na diversificação da propriedade e no processo de sustentabilidade da Philip Morris Brasil para com seus produtores integrados. A unidade em Santa Cruz do Sul recebe e processa o tabaco à fabricação de cigarros.
Essa cooperação mútua terá a integração de técnicos para o atendimento no campo. Além de facilitar o acesso aos insumos, os produtores terão a comercialização garantida e possibilidade de se associarem à Languiru.
“Neste último ano, recebemos cerca de 46 mil toneladas de milho em nossas unidades, isso representa apenas dois meses de consumo”, frisa o presidente da Languiru, Dirceu Bayer.
Ainda em 2019, a cooperativa iniciou o recebimento de grãos em sua nova estrutura localizada às margens da RSC-278, em Venâncio Aires. “Nessa unidade recebemos mais de 15 mil toneladas de grãos, mas temos uma capacidade muito maior e queremos aproveitar isso”, reforça Bayer.
Ainda não há uma projeção de quantos produtores vão aderir ao projeto. Há dois meses, a cooperativa e a multinacional assinaram o termo de parceria para um período de experiência do projeto. “Alguns produtores de fumo já produziram o milho safrinha que foi entregue em Venâncio e também na nossa fábrica de rações em Estrela”, comenta o presidente da cooperativa.
Bayer reforça a insuficiência na produção de milho e as oportunidades para o setor. Segundo ele, há um grande potencial a ser explorado e a Languiru tem estrutura para receber esse produto. “Não queremos concorrer com o fumo, nem desestimular essa cultura. Nosso propósito é melhor aproveitar as áreas cultiváveis e o potencial econômico da região”, reitera Dirceu.
Sobre a Philip Morris
A Philip Morris Brasil é a segunda maior empresa de tabaco do país, com presença no mercado há mais de 45 anos. A fabricação de cigarros está concentrada na unidade de Santa Cruz do Sul, onde emprega mais de 600 funcionários. São cerca de 17 mil produtores integrados nos três estados do Sul do país.
Setor do tabaco
Presente em 544 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, na safra 2019/2020 o tabaco foi cultivado em 261 mil hectares, por 146 mil produtores integrados. Um universo de aproximadamente 585 mil pessoas participam desse ciclo produtivo no meio rural, somando uma receita anual bruta de R$ 5,6 bilhões segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
A produção alcançou 603 mil toneladas, sendo que deste volume 46% foram produzidos no Rio Grande do Sul, 30% em Santa Catarina e 24% no Paraná, gerando também 40 mil empregos diretos nas indústrias de beneficiamento instaladas no país.