O movimento formado pelas Defesas Civis da região se reuniu nessa quinta-feira, na sede do CRPO-VT, em Lajeado. Depois da criação do grupo microrregional em maio, desta vez o objetivo do encontro foi conhecer o formato de trabalho e alinhar a comunicação com o Serviço Geológico do Brasil, também conhecido como CPRM.
O engenheiro hidrólogo Franco Turco Buffon apresentou os parâmetros usados pela instituição, sobretudo no tratamento das informações que embasam o combate a enchentes. Na explanação ele lembrou aspectos da enchente histórica de 2020, levou para o contexto da época e apontou ações que poderiam ser diferentes.
A análise do nível do Rio Taquari foi o principal ponto destacado. Buffon afirmou que algumas das réguas estavam descalibradas na oportunidade, prejudicando a preparação para o cenário que culminou com as cheias em julho de 2020. “A experiência no Taquari não foi satisfatória. Tivemos que mudar o sistema de alerta, inclusive trocando a pessoa responsável”.
O CPRM planeja fazer um levantamento das cotas de referência de enchentes no Vale do Taquari. Na avaliação de Buffon, apesar da equipe restrita, o serviço deve ser entregue até dezembro. Outra ideia é levar os membros das Defesas Civis para uma simulação dos movimentos do rio, seguindo o exemplo de ação semelhante no Rio Tubarão, em Santa Catarina.
Objetivos do CPRM na região
Buffon explicou os desafios que a entidade tem na atuação no Rio Taquari. “Precisamos fazer um reforço da nossa rede de monitoramento. Em decorrência dessa grande enchente do ano passado, nós vimos que alguns pontos precisam de mais monitoramento do que tem hoje”.
Sobre as questões de volume de chuva e o risco que elas podem causar, Buffon exemplificou. “Uma chuva de 100mm que caia hoje, considerando que a última semana não houve nenhuma precipitação, vai provocar um tipo de resposta hidrológica. Agora, se na última semana tivesse chovido 5mm por dia e hoje viesse essa mesma chuva , a resposta hidrológica da bacia ia ser completamente diferente”.
Estiveram na reunião representantes das Defesas Civis de Lajeado, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, entre outras. O secretário da Segurança de Lajeado, Paulo Locatelli, ressaltou a importância do trabalho de prevenção e de ter as informações mais corretas possíveis. “Temos que trabalhar com o pior cenário. O objetivo é salvar vidas e ter menos perdas em situações fora do padrão”, finalizou.