Frio severo chega ao RS nesta semana e coloca em alerta a Assistência Social dos municípios do Vale. A perspectiva de uma massa polar histórica nos próximos dias preocupa as autoridades e órgãos, em especial no que diz respeito a famílias vulneráveis e moradores de rua.
No mês passado, Lajeado anunciou a contratação de uma empresa específica para mapear a situação das pessoas sem moradia. A estratégia é oportuna, visto que a população de rua cresce na principal cidade do Vale e, até o momento, não se tem um controle sobre o ritmo de expansão desse fenômeno.
Conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pessoas em situação de rua no Brasil cresceu 140% entre 2012 e março de 2020, chegando a quase 222 mil pessoas. O número é expressivo e está em elevação.
O cenário pandêmico, em especial nos primeiros meses da chegada da covid-19 ao território brasileiro, quando parte das atividades produtivas foi interditada, agravou esse cenário. A economia agora começa a dar sinais de reação, mas urge um plano consistente de recuperação socioeconômica após uma crise sem precedentes.
Calcula-se que 18,5% da população de rua brasileira estava em municípios pequenos ou médios em 2020. Isso reforça a importância de se esabelecer estratégias e políticas públicas capazes de evitar que as cenas típicas de grandes cidades se repitam no interior.
Vale destacar a necessidade de se criar uma rede de apoio entre os mais diversos órgãos que se relacionam com a área da Assistência Social. Muito mais do que um problema grave para os seres humanos que compõem este cenário, trata-se de uma chaga social que precisa ser enfrentada por toda a comunidade.
A crise econômica, o desemprego e a fome são mazelas persistentes, bem como déficit habitacional e a extrema pobreza. Ainda que o quadro no Vale não seja tão grave, dirimir essas máculas é crucial para uma região acostumada a ser sinônimo de prosperidade e qualidade de vida.
