O período de frio rigoroso marcado para esta semana faz o poder público buscar alternativas para atender à população mais vulnerável. Embora sem tantas pessoas em situação de rua, Lajeado trabalha no intuito de convencer os mais resistentes a ingressarem nos espaços disponibilizados pela administração.
A Secretaria do Desenvolvimento Social (SMDS) de Lajeado iniciou parceria com uma empresa de Encantado no início de julho, para mapear a população desassistida no município. Além deste trabalho, é feita a abordagem para tirar essas pessoas das ruas. De acordo com a titular da pasta, Céci Rodrigues Gerlach, cinco pessoas não aceitam ir ao Abrigo São Chico.
O albergue ampliou sua capacidade visando os dias mais gelados. Desde o início do inverno são disponibilizadas seis vagas de emergência, quatro para homens e duas para mulheres. Por se tratar de espaços para permanência temporária, os quartos recebem colchões para esses acolhidos. Hoje, com esse incremento, o abrigo pode receber até 50 pessoas.
Também há um processo especial para esse período. “Estamos fazendo um movimento de conscientização dos nossos acolhidos para evitar que permaneçam em situação de rua”, pontua a coordenadora do Abrigo, Luana Pereira.
Duas reuniões nessa segunda-feira, 26, definiram as estratégias de atuação do município para a semana. Um primeiro movimento foi no intuito de sensibilizar os moradores de rua e comprometê-los a dar ciência da abordagem. Ao longo do dia, conforme a secretária Céci, foi montada uma documentação para envio ao Ministério Público (MP).
Uma das profissionais da linha de frente da abordagem, a assistente social Manuela Ferreira relata que ações junto à população vulnerável estão programadas para a quarta-feira, 28, com possibilidade de extensão para quinta e sexta. “Às vezes é melhor esperar chegar mais perto o frio para as abordagens serem mais efetivas”, justifica.
Mesmo assim, o trabalho impõe um grande desafio: convencer as pessoas. “As dificuldades são sempre as mesmas, elas se repetem. A pessoa diz que não quer ir para o abrigo e não apresenta grandes justificativas”, conta Céci.
Diante da proposta de uma documentação entregue ao MP, está nos planos da administração uma estratégia para recolher os desabrigados de forma compulsória. “Vamos apresentar para a Promotoria as justificativas de cada um, o histórico de cada um, para juntos pensar alternativas que possam resguardar esse cidadão”, finaliza a secretária.
Sem moradores de rua, sem abrigo
Em Estrela, o setor de Desenvolvimento Social aponta não haver moradores de rua. A diretora responsável, Tatiana de Oliveira, explica que três pessoas estavam nessa condição e foram redirecionadas para suas famílias. O município inclusive não dispõe de uma estrutura para atendimento de eventuais casos e conta com o apoio do Abrigo São Chico de Lajeado para receber essas pessoas.