O Banco Central (BC) avança na modernização do sistema financeiro do país. Após lançar o Pix, a plataforma de transações instantâneas, surge o open banking, que torna o perfil financeiro acessível às instituições e aumenta a concorrência do setor.
A primeira fase entrou em vigor no início do ano, onde foram compartilhadas informações dos bancos, cooperativas e fintechs (bancos digitais) com o Banco Central. A próxima etapa será implementada a partir do dia 13 de agosto, quando as instituições financeiras terão acesso aos dados cadastrais e de operações dos clientes.
Esse compartilhamento de dados depende da autorização do cliente ou associado. De posse dessas informações, instituições financeiras avaliam melhores produtos e serviços, taxas mais atrativas e oferta de crédito, por exemplo.
Conforme o assessor de negócios, Ismael Carlos Joanella, no sistema financeiro aberto, o cliente ou associado é dono de suas informações e registros bancários. “Vai gerar mais diversidade e incentivo à concorrência, o que representa mais benefícios ao consumidor”, avalia Joanella.
Transparência e segurança
Para as cooperativas de crédito, de acordo com Ismael Carlos, esse sistema representa mais transparência e fortalece o relacionamento. “Nós na Sicredi Integração RS/MG prezamos em ter o produto adequado à realidade do associado e comunidade. O open banking traz maior liberdade de escolha”, pontua.
A iniciativa do Banco Central oferece critérios rigorosos de privacidade e está de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). “O sistema em si é muito seguro. O associado é o dono da informação e tem a opção de compartilhar com quem quiser”, observa Ismael Carlos.
Autorização de dados
Conforme o gerente de negócios, Dangelo Dalla Rosa, a partir dessa padronização não há barreiras entre instituições e seus clientes, facilitando a troca de informações desde que, com o consentimento do consumidor dos serviços financeiros.
“Em algum momento será perguntado se autoriza compartilhar seus dados cadastrais e de movimentações financeiras. Esse serviço também é passível de cancelamento a qualquer momento”, afirma Rosa.
De acordo com Dangelo, as instituições terão acesso ao perfil do cliente ou associado para melhores ofertas. “Acredito que vá impulsionar o cadastro positivo, um serviço que beneficia quem tem um bom histórico financeiro”, pontua o gerente de negócios da Sicoob Central RS/SC.
As instituições terão informações estratégicas e precisam saber aproveitar esses dados. “Será uma oportunidade para nós do sistema cooperado, precisamos ser criativos e oferecer boas soluções ao cliente, integrando aplicativos e ferramentas digitais”, reitera Rosa.
Transformação das instituições
Na opinião do gerente de negócios da Sicoob, as instituições financeiras passam por nova transformação. “Bancos digitais, lojas de varejo e até mesmo redes sociais oferecem soluções financeiras. Nós, ao contrário de muitos bancos, não esquecemos da presença física”, pontua Dangelo Dalla. “Estamos atentos ao digital, temos um dos melhores aplicativos”, acrescenta.
Ele reforça a importância da atualização do sistema financeiro. “É um movimento que já ocorre em outros países, que monitoram as operações instantâneas, a exemplo do Pix, e também as moedas digitais. Não podemos descartar em breve o Real digital”, projeta Dangelo.