Vale recebe 1º lote a adolescentes

Vacina contra a covid

Vale recebe 1º lote a adolescentes

Mais de mil doses da Pfizer são destinadas a público menor de 18 anos com comorbidades. Com avanço da vacinação, hospitais preveem novas demandas

Vale recebe 1º lote a adolescentes
Vacinas são retiradas na sede da 16ª CRS, na rua Irmão Emilio Conrad, no Florestal, em Lajeado. (Foto: Ramiro Brites)
Vale do Taquari

Mais de 11,5 mil doses chegaram à região nessa sexta-feira. São 8,9 mil vacinas da Astrazeneca/Oxford e 1,1 mil da CoronaVac. A novidade são 1,1 mil doses da Pfizer destinados a pessoas de 12 a 17 anos com comorbidades.

Portaria publicada na quarta passada instituiu doses para adolescentes obesos, asmáticos ou com doenças específicas. Além da inclusão de novas faixas etárias, a vacinação avança para maiores de 18 anos.

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em agosto o Brasil deve receber 60 milhões de doses. Em julho, foram cerca de 41 milhões. A sinalização do ministério fez com que o RS diminuísse o prazo da primeira dose à população adulta em 13 dias. A primeira previsão de 20 de setembro foi reduzida, nessa semana, a 7 de setembro.

Reflexo nos hospitais

Com avanço da vacinação, ainternações clínicas nos hospitais é um dos primeiros setores a demonstrar menor ocupação. Nessa sexta-feira, os leitos clínicos do Hospital Bruno Born (HBB), em Lajeado, estão com apenas quatro pacientes, o que representa 20% do limite. A taxa estava em 35% há 11 dias.

Alívio das unidades clínicas fez com que município repassasse R$ 1,2 milhões à casa de saúde em abril para retomar as cirurgias eletivos em maio. Em dois meses, já foram 60 procedimentos. A fila conta ainda com mais de 500 pacientes. A expectativa é reduzir a espera em 65% até dezembro.


Entrevista

Fernando da Gama • presidente do Sindicato das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Taquari

• O avanço da vacinação alivia os hospitais. O mercado de insumos dá sinais de melhora e os procedimentos que geram faturamento às instituições são retomados aos poucos. Para 2022, os hospitais devem permanecer exigidos como na pandemia. No entanto, com novas necessidades.

 

“É importante manter esse processo para o desafogo nos hospitais”

• A Hora: Como você avalia o retrospecto das UTIs do Vale nos últimos 10 dias?
Fernando da Gama: Tudo isso é consequência do aumento da vacinação. A UTI é o último setor a reduzir. Na semana passada, a ocupação dos leitos clínicos na região estavam, em torno, de 11%. Os efeitos da vacinas são bem visíveis, é importante manter esse processo para o desafogo nos hospitais. Vão continuar existindo casos, mas eles estão cada vez menos graves.

• Com a perspectiva do avanço da vacinação, como se desenha o cenário os hospitais da região?
Gama: O que os hospitais sofrem não é com internações, mas com a falta de medicamentos. Melhorou mas continua. Anti-inflamatórios, está bem difícil de encontrar. Escopolamina não se acha mais, é um medicamento simples. Isso está constante em medicações para uso geral, pelo consumo em UTIs em função do coronavírus.

• Em relação aos preços exorbitantes dos insumos hospitalares, há uma melhora nesse cenário?
Gama: Não mudou nada. O que está fazendo mudar a questão das medicações é o mercado, no sentido do consumo. Quantos menos consumimos, eles aparecem mais. Muitos antibióticos tinham sumido. Os preços continuam altos, mas estáveis. Antes, as variações eram absurdas. A pandemia desregulou todo o mercado. O país com uma dependência de insumos do exterior, sofreu bastante.

• Os hospitais estão preparados para as sequelas deixadas pela doença?
Gama: Esse é o nosso futuro. Como eu vejo agora, todos os represamentos de cirurgias eletivas, cuidados preventivos, tudo parou. É uma conta que vem depois. Além disso, tem as sequelas da covid. Como é uma doença nova, tem coisas que a gente consegue diagnosticar logo em seguida. Outras nós veremos lá para frente. As sequelas da covid aumentarão a demanda dos hospitais.

• Pode-se deslumbrar um desafogo financeiro com a possibilidade de novos procedimentos?
Gama: A redução do uso hospitalar em outras patologias, o aumento do custo com medicações em geral, os preços exorbitantes, e os insumos que sumiram ainda afetam o hospital. Agora, a gente começa a fazer esses atendimentos. As pessoas estão mais tranquilas, buscam seus médicos e tratamentos. Mas do mesmo jeito, os hospitais trabalham no sufoco para equilibrar o custo alto com a baixa demanda. Ainda não estamos com a estabilidade de 2019.

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