“Todos, de uma forma ou de outra, seja para alimentação ou para obtenção de renda, dependem da agricultura e da pecuária”. A frase é um trecho da carta aberta entregue pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS ao governador Eduardo Leite e ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza, na tarde de segunda-feira, 19.
Nela, a Fetag-RS faz um panorama sobre a realidade vivida pelas famílias do campo, os problemas ainda encontrados pelos produtores, bem como a necessidade de valorização da agricultura e da pecuária familiar.O
cancelamento de feiras e de eventos impactaram o setor. A estiagem por dois anos consecutivos também fez com que itens básicos ficassem mais caros. “Em muitos casos, o produtor não consegue repassar os aumentos e acaba tendo a sua rentabilidade diminuída”, cita a carta.
“Os agricultores e pecuaristas familiares têm consciência do importante papel que exercem na sociedade. Eles querem produzir, gerar riquezas, impostos, empregos no campo e na cidade, mas também querem ter lucratividade, pois dependem da atividade para sustentar suas famílias”.
Para melhorar este cenário e proporcionar aos agricultores e pecuaristas familiares melhores condições de produção, a Fetag defende políticas públicas de incentivo ao produtor. Melhorias estruturais de estradas, de energia elétrica e de internet também estão na lista de sugestões.
Representatividade do campo
Segundo dados do Censo Agropecuário de 2017, mais de 700 mil pessoas estão ocupadas nas atividades de agricultura e pecuária no estado. São 293 mil estabelecimentos agropecuários. Além disso, muitos dos produtos da cesta básica são oriundos das famílias produtoras rurais. “Cerca de 83% do leite consumido tem como origem as propriedades familiares. Na carne de frango, 60%. Nos tomates, cerca de 64%. Na banana, quase 93%”, aponta trecho da carta.
Solidariedade
Para celebrar a data, Cruzeiro do Sul promove nesta semana a campanha Agricultura Familiar Solidária. Alimentos doados por produtores do município serão entregues a famílias com dificuldades financeiras.
“Vivemos em um mundo individualista. Cada um tem seus objetivos. Mas nesse momento é importante nos colocarmos no lado do outro. Faz bem fazer o bem”, enfatiza José Paulo Mallmann, secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Cruzeiro do Sul.
A ação é também a maneira encontrada pelo município para celebrar o dia do colono e motorista, em 25 de julho, e o dia nacional do agricultor, em 28 de julho. Quem ainda quiser colaborar, deve entrar em contato com a prefeitura, STR e Emater durante esta terça-feira, 20.
Para celebrar ambas as datas, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da região também promovem durante a próxima semana diversas atividades, como campanhas de doação de alimentos, pedágios solidários e falas com entidades políticas locais.
