O incêndio que destruiu a sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-RS) é de extrema gravidade. Além da perda de dois bombeiros no combate às chamas, o prejuízo material é gigantesco e impacta de forma direta os serviços essenciais para a sociedade gaúcha.
Ainda que o discurso governamental seja de manutenção intacta da plenitude dos trabalhos dos órgãos policiais, é evidente que a destruição do prédio em Porto Alegre, que concentrava as operações administrativas do setor, traz preocupações em todo o estado.
A começar pelos vultosos investimentos feitos com dinheiro público para adaptar e modernizar o complexo nas últimas décadas. A unidade continha tecnologias de ponta para auxiliar no videomonitoramento do território gaúcho, com espelhamento das imagens captadas por câmeras instaladas em diversas regiões do RS.
Em meio à penúria das contas públicas e as históricas dificuldades orçamentárias, o Estado terá de investir ou captar recursos federais para a construção de um espaço semelhante. Em uma área que aposta de forma especial na inteligência e tecnologia para combater a criminalidade, a destruição do prédio considerado o “cérebro” da segurança pública gaúcha é de impacto
inestimável.No Vale, as autoridades regionais do setor acompanham com apreensão os desdobramentos desde as primeiras notícias veiculadas na noite de quarta-feira.
Ainda que os serviços prestados na ponta pelos órgãos policiais não sejam afetados, há preocupações relativas à construção do Centro Integrado de Operações de Segurança do Vale. A unidade regional receberia equipamentos da sede destruída na capital.
Outro segmento já impactado pela pandemia e que sofre ainda mais com o incêndio é o Detran. O órgão ainda calcula a dimensão das perdas, visto que os processos que envolvem suporte e atuação da parte administrativa do Departamento de Trânsito funcionavam no prédio da SSP.
Sociedade gaúcha, Estado, União, municípios e demais poderes terão de deixar as diferenças de lado e somar esforços para mitigar os danos e viabilizar um novo espaço tão sofisticado ou ainda melhor para centralizar as ações de segurança.