Retorno da La Niña traz risco à safra de verão

Clima

Retorno da La Niña traz risco à safra de verão

Tendência é de chuva abaixo da média, com fenômeno se estendendo até fevereiro de 2022

Retorno da La Niña traz risco à safra de verão
Perdas na produção agrícola do Vale superaram R$ 250 milhões durante estiagem no ano safra 2019/2020 (Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

O retorno da La Niña no fim da primavera pode ter efeitos na produtividade agrícola, principalmente nas culturas de milho e soja. O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Pacíficio Equatorial e chuva abaixo da média.

A tendência divulgada pela Administração de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, é para a possibilidade da La Niña se instalar durante a primavera, afetando as condições do tempo entre novembro e fevereiro de 2022.

Para o Vale do Taquari, a previsão de chuva abaixo da média traz preocupação para as culturas de verão. Perdas expressivas podem ocorrer a partir da segunda safra. Conforme o engenheiro agrônomo, Alano Tonin, o indicativo de La Niña não confirma período de estiagem, mas requer atenção.

“O maior problema é a irregularidade de precipitações, por ora, aos extremos em alguns locais”, observa o técnico da Emater. “Diante das previsões e com quebra da safrinha no Paraná e Santa Catarina, a tendência é que o preço se mantenha elevado, bom para o produtor de commodities, mas ruim para o setor de proteína animal”, acrescenta Alano.

Já em relação às culturas de inverno, como é o caso do trigo, não há impactos. “O trigo até tem melhor desempenho em períodos mais secos”, aponta o engenheiro agrônomo.

De acordo com dados da MetSul Meteorologia, hoje, o Pacífico encontra-se oficialmente em uma fase neutra. Mesmo em neutralidade, ocorrem extremos, comuns em El Niño como La Niña. No último verão, ocorreram perdas no início da estação e o cenário melhorou a partir de janeiro, beneficiando principalmente o ciclo da soja.

“La Niña faz aumentar a probabilidade destes cenários. Por isso, se instalando durante a primavera, aumenta muito o risco de estiagem no sul do país”, observa a meteorologista Estael Sias.

Durante a safra 2019/2020, as perdas da produção agrícola no Vale do Taquari superaram R$ 250 milhões, conforme dados da regional Emater, de Lajeado. O período prolongado sem chuva afetou o abastecimento hídrico e deixou os municípios em situação de emergência.

Retorno da chuva

A primeira quinzena de julho praticamente não teve precipitações. Chuva em maior volume registrada apenas no fim de junho. Nesta quinta-feira, 15, nova frente fria avança sobre a região e traz áreas de instabilidade. Os acumulados serão baixos, conforme dados de diferentes institutos de meteorologia.

Ainda na sexta-feira, 16, o sol predomina e confere mais um período de tempo seco no Vale. Ar frio atua sobre a região e traz mínimas abaixo de 5°C para municípios da região alta. Para agosto e setembro, previsão de chuva abaixo da média.

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