Lutador supera o câncer

Volta por cima

Lutador supera o câncer

André Nunes da Silva encontrou no jiu-jitsu a força para passar pela doença

Lutador supera o câncer
Lutador de jiu-jitsu, André Nunes da Silva (centro) buscou na luta a força necessária para superar o câncer (foto: arquivo pessoal)
Vale do Taquari

Entre os medos do ser humano, o mais forte deles talvez seja o da morte. E quando é diagnosticado um câncer no seu corpo, o mais provável é que estes medos se tornem ainda mais presentes, certo? Não, pelo menos no caso de André Luis Nunes da Silva, 27.

O coordenador de marketing descobriu um câncer de testículo em junho do ano passado mas, contrariando os olhares piedosos que lhe lançavam, reagiu com mais gana por fazer o que gosta. “O câncer não significa o final da linha”, diz ele.

Desde que se recuperou aumentou as atividades físicas e subiu de faixa no jiu-jitsu, esporte que o ajudou a superar todas as dificuldades.

Luta contra o câncer

Após descobrir o câncer, André comenta que o esporte o auxiliou no tratamento e, principalmente, na questão física, pois estava com um corpo forte e saudável, conseguindo aguentar o tratamento quimioterápico. “O esporte me ajudou a criar uma resiliência e vontade de superar tudo, fazendo com que não desistisse.”

O retorno ao esporte foi em novembro do ano passado, quando foi à musculação para fortalecer e ganhar massa muscular. Desde junho, voltou para o jiu-jitsu. “Estou extremamente feliz em poder fazer o que gosto.”

Durante o processo de recuperação da doença aprendeu a agradecer mais pela vida e não reclamar de problemas pequenos. “Aprendi a aproveitar mais cada dia, pois nunca saberemos o amanhã, claro, tudo isso com muita responsabilidade.”

André relata que durante o tratamento nunca se deu por vencido e sempre acreditou nos médicos, ouvindo e fazendo tudo o que era orientado. “O seu ouvido tende a filtrar somente coisas ruins, mas não é o seu caso, faça o tratamento, fique perto de quem você gosta, enfrente e acredite que vai superar, pois a probabilidade é sempre maior da vitória, do que a derrota, se você não se entregar.”

Recuperado, tem como objetivo continuar com o acompanhamento anual por cinco anos e manter a rotina de treinos, trabalho, lazer e estudos.

Entrada no esporte

Incentivado pelo irmão Alan que era lutador, André pisou no tatame pela primeira vez com 15 anos, mas a rotina diária de treinos começou com 17, em 2011.

Desde que iniciou no esporte, nunca pensou em desistir. “Óbvio que nem todos os dias são perfeitos, mas logo a sensação passa e teus objetivos e alegrias falam mais alto.”

Faixa marrom na modalidade, André relata que o jiu-jitsu o proporcionou uma maior qualidade de vida, tanto na saúde física como na mental.

Campeão Gaúcho, relata que a maior conquista foi conhecer o esporte, construir amizades e ter a academia como um excelente lugar para se divertir e esquecer das batalhas do dia a dia. “O jiu-jitsu é um xadrez humano, recheado de emoções.”

As inspirações na modalidade são Rodolfo Vieira, Mário Reis e Augusto Turelli, além de todos os colegas de tatame na Academia Alliance Mário Reis Lajeado. “Cada um ali tem um dom especial e manda muito bem em sua característica única, o que me fez evoluir.”

Atualmente, além do jiu-jitsu treina musculação, ambas as modalidades de quatro a cinco vezes por semana. “Quero atingir meu objetivo de ser um bom faixa preta de jiu-jitsu.”

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