A passagem de Tiago Nunes pelo Tricolor durou pouco mais de 70 dias. Após um início arrasador, quebrando recordes e ganhando o Gauchão, o trabalho do treinador despencou. Com apenas dois pontos em sete jogos do Brasileirão, não era mais possível segurá-lo. O técnico não conseguiu suceder Renato Portaluppi à altura do que todos esperávamos.
Pois bem, Tiago Nunes já é passado. Para seu lugar, a direção decidiu recorrer ao passado e à mística e apresentou Luiz Felipe Scolari. Aos 72 anos, Felipão chega ao time em que é ídolo precisando mostrar um bom trabalho para ontem. As suas últimas aventuras no mundo do futebol não foram boas, e isso me deixa com uma pulga atrás da orelha.
Por mais que seja ídolo, não consigo achar motivos para ver com esperança um retorno de Felipão em pleno 2021. Mais do que isso, chega a ser triste ter de ver o Grêmio recorrer à um treinador com a missão de “fechar a casinha e fugir da briga contra o rebaixamento”.
O Tricolor tem time e história para muito mais do que isso.
Devaneios de Aguirre
O Grêmio vive hoje o que o Inter viveu ontem. O Colorado trocou Miguel Ángel Ramírez por Diego Aguirre. Se o antigo treinador não estava fazendo um bom trabalho, e não estava, o atual também não demonstrou bom serviço até agora.
Longe de mim dizer que o seu tempo está acabando. Ele recém chegou e pouco conseguiu treinar. Mas suas escolhas são no mínimo questionáveis. Em cinco jogos pelo Inter vimos o treinador uruguaio fazer uma série de improvisações.
Está certo que o calendário é apertado e dificilmente o treinador conseguirá manter um time titular em sequência, mas Aguirre abusa das invenções. Heitor na lateral-esquerda, Léo Borges na ponta-esquerda e Bruno Méndes de lateral-direito não podem ser soluções para o Internacional. Se fizer o simples, Aguirre terá um caminho mais tranquilo no Beira-Rio.