Depois de um começo de ano turbulento, o comércio varejista vive um momento de retomada no país. O mês de maio teve a segunda alta consecutiva de 2021, na comparação com o mês anterior. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta em maio foi de 1,4%, após um crescimento de 4,9% em abril. No ano, o setor acumula um ganho de 6,8% e, em 12 meses, de 5,4%. Em relação ao patamar pré-pandemia, o comércio varejista cresceu 3,9%. Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE, sete registraram aumento. O ramo de tecidos, vestuário e calçados, com 16,8%, lidera a retomada.
No comércio local, o clima é de otimismo. Gerente de uma loja de roupas no Centro de Lajeado, Fernanda Didio ressalta que os últimos meses foram de um crescimento além do esperado. “As datas comemorativas acrescentaram bastante nas vendas. E a volta às aulas ajudou também, pois a procura por peças infantis foi muito grande”, afirma.
Fernanda projeta um segundo semestre positivo nas vendas, impulsionadas pelo inverno e mais datas importantes, como Dia dos Pais e Dia das Crianças. “Conversando com outros lojistas, se percebe sim que todos estão bem otimistas. Que continue assim”, salienta.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado promoveu uma pesquisa entre 7 e 16 de junho. A maior parte dos entrevistados projeta um segundo semestre “bom” ou “muito bom”. No ramo das confecções, 51% dos empresários estão otimistas em relação a seus negócios.
Dia das Mães
Para o presidente da CDL Lajeado, Lajeado, Aquiles José Mallmann, a alta de maio se relaciona com a demanda retraída do setor. Também atribui ao aumento nas vendas do Dia das Mães, considerada a segunda data mais importante para o comércio.
“Foi um acréscimo bem significativo em relação a 2020. Ano passado estávamos numa decrescente de vendas por conta da pandemia. Há segmentos aqui na cidade que tiveram um crescimento de até 30% na comparação com o ano passado no Dia das Mães”, destaca. Segundo Mallmann, a média geral ficou entre 18 a 20% no comparativo entre maio de 2020 e 2021.
Restrições
O lojista lembra, entretanto, que o Dia das Mães de 2020 foi marcado por restrições no comércio, com as empresas atendendo somente por take away e delivery. “Fomos bem prejudicados. A comparação com esse ano é boa, mas esses aumentos muito grandes estão um pouco mascarados pelo período que tivemos ano passado”, avalia Mallmann.
A observação de Mallmann dialoga com o pensamento do gerente da pesquisa nacional, Cristiano Santos. “A atividade de tecidos, vestuário e calçados, que teve a maior variação, já havia crescido 6,2%, mas ainda está muito abaixo do que estava antes da pandemia. É uma recuperação, mas em cima de uma base de comparação muito baixa”, alerta.