Horta comunitária oferece alimento a famílias carentes

solidariedade agroecológica

Horta comunitária oferece alimento a famílias carentes

Desde maio de 2020, voluntários usam o espaço cedido pela Comunidade Evangélica de Confissão Luterana Redentor, de Teutônia, para plantar verduras. Alimentos são destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade social

Horta comunitária oferece alimento a famílias carentes
Horta comunitária de Teutônia é mantida com a ajuda de doações e trabalho voluntário (Foto: Bianca Mallmann)
Vale do Taquari

O local antes usado como potreiro hoje é uma horta comunitária, com dezenas de verduras e hortaliças. O projeto surgiu em maio do ano passado. Cerca de 60 voluntários dedicam parte do seu tempo e energia para manter o espaço.

Os objetivos do projeto são proporcionar uma alimentação saudável e equilibrada para as pessoas de baixa renda de Teutônia. A horta comunitária surgiu com a ideia de complementar com alimentos orgânicos as cestas básicas doadas às famílias.

“Estimulamos também o consumo de uma diversidade de alimentos nas refeições. Além das tradicionais verduras, como o alface, o espaço oferece para as famílias temperos, chás e inclusive flores comestíveis”, destaca Cristiane Echelmeier, pastora e uma das coordenadoras do projeto.

O projeto é mantido através de doações e de trabalho voluntário Todos os sábados, um mutirão deixa a horta em dia. Além disso, as sementes e mudas são oriundas de doações da comunidade e de empresas parceiras. Os alimentos também são produzidos de maneira orgânica, sem a utilização de produtos químicos.

Sistema de trocas

Uma das características da horta comunitária é o sistema de trocas. Cristiane explica que a proposta é que as próprias famílias possam ir até o local colher os alimentos que querem levar para casa e, em troca, deixem algo como forma de pagamento.

“E não precisa ser dinheiro. Mesmo em situação de vulnerabilidade, elas têm algo para trocar. A gente estimula isso. Pode ser uma muda, uma semente. E elas saem daqui com uma grande quantidade de verduras”, explica.

Além desta troca na aquisição de alimentos, a horta serve para alguns dos voluntários como uma terapia, através do manejo e cultivo do solo. Escolas e grupos procuram os voluntários para utilizar o espaço com foco na aprendizagem.

“O projeto quer proporcionar a retomada do equilíbrio entre o ser humano com e planeta. Precisamos cuidar do ambiente que a gente habita, ter respeito com a terra”, destaca Cristiane.

Outra ação relacionada com a horta é a Refeição Solidária. Todos os sábados, até 140 pessoas recebem lentilha de almoço. A refeição é feita com produtos colhidos da própria horta.

Projetos futuros

Hoje, as enxadas, os carrinhos de mão e todas as ferramentas utilizadas para o manejo do solo ficam ao ar livre, embaixo de algumas árvores. Mesmo local onde os voluntários se reúnem para debater assuntos relacionados ao projeto, ou para descansar.
Para tirar esses materiais de onde pegam chuva e sol, correndo o risco de estragarem, a construção de um galpão é planejada pelo grupo. Proposta é construir um local fechado inspirado no conceito das ágoras, das antigas comunidades gregas.

“Ideia é termos um espaço circular, onde as pessoas possam se reunir em círculos, olhando um no olho do outro. E essa sempre foi nossa proposta. Ter um espaço democrático e de construção coletiva, onde todas as opiniões são respeitadas”, explica.

Jardim sensorial

Outro projeto em desenvolvimento na horta é a construção de um jardim sensorial. Na entrada do jardim, o grupo de voluntários já criou um caminho plano, como primeiro passo para tirar a iniciativa do papel. Ideia é que cadeirantes e deficientes visuais possam experimentar o contato com a horta de uma maneira diferente.

“Várias verduras, vegetais, temperos e chás vão estar distribuídos em vasos nesse corredor. Queremos que as pessoas possam tocar os alimentos, sentir os cheiros. Que elas possam ter essa experimentação única”, planeja Cristiane.

Acompanhe
nossas
redes sociais